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O Desejado de Todas as Nações
prio eu; entregar a vontade à direção de Cristo. A própria santidade
de Deus foi-lhe oferecida. Tinha o privilégio de tornar-se filho de
Deus e co-herdeiro de Cristo no tesouro celestial. Mas devia tomar
a cruz, e seguir o Salvador na vereda da abnegação.
As palavras de Jesus ao príncipe representavam em verdade o
convite: “Escolhei hoje a quem sirvais”.
Josué 24:15
. A escolha
foi deixada ao seu arbítrio. Jesus estava sequioso de sua conversão.
Mostrara-lhe o foco infeccioso no caráter, e com que profundo
interesse observava o resultado, ao pesar o jovem a proposta! Se
decidisse seguir a Cristo, deveria em tudo obedecer-Lhe as palavras.
Deveria dar as costas a seus ambiciosos projetos. Com que vivo,
ansioso anelo, com que sede da alma, contemplava o Salvador o
moço, esperando que cedesse ao convite do Espírito Santo!
Cristo apresentou os únicos termos que poderiam colocar o prín-
cipe em condições de aperfeiçoar o caráter cristão. Suas palavras
eram palavras de sabedoria, conquanto parecessem severas e exi-
gentes. Aceitá-las e obedecer-lhes era a única esperança de salvação
para o jovem. Sua elevada posição e os bens que possuía, estavam
exercendo em seu caráter uma sutil influência para o mal. Se acarici-
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ados, suplantariam Deus em suas afeições. Reter do Senhor pouco ou
muito, era conservar aquilo que lhe diminuiria a força e a eficiência
moral; pois se as coisas deste mundo são nutridas, embora incertas e
sem valor, tornar-se-ão de todo absorventes.
O príncipe foi pronto em discernir o que as palavras de Cristo
envolviam, e ficou triste. Houvesse compreendido o valor do dom
oferecido, e desde logo se teria alistado entre os seguidores de Cristo.
Era membro do honrado conselho dos judeus, e Satanás o estava
tentando com lisonjeiras perspectivas quanto ao futuro. Queria o
tesouro celestial, mas desejava igualmente as vantagens temporais
que as riquezas lhe trariam. Entristeceu-se de que existissem essas
condições; queria a vida eterna, mas não estava disposto a fazer o
sacrifício. O custo da vida eterna afigurou-se-lhe demasiado grande
e retirou-se triste; “porque possuía muitas propriedades”.
Marcos
10:22
.
Sua afirmação de haver observado a lei divina era um engano.
Mostrou que as riquezas eram seu ídolo. Não podia guardar os
mandamentos de Deus, enquanto o mundo ocupasse o primeiro
lugar em suas afeições. Amava os dons divinos mais que o próprio