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O Desejado de Todas as Nações
ão limpas de suborno, e de tudo quanto é corrompido e enganoso.
Serão ativas em obras de amor e compaixão. Os olhos, dirigidos
para um nobre fito, serão limpos e leais. O semblante expressivo, o
eloqüente olhar, testificarão do irrepreensível caráter daquele que
ama e honra a Palavra divina. Pelos judeus dos dias de Cristo,
porém, todas estas coisas não eram discernidas. O mandamento
dado a Moisés fora interpretado no sentido de que os preceitos da
Escritura deviam ser usados sobre o corpo. Eram, portanto, escritos
em tiras de pergaminho e presos, muito ostensivamente, em torno da
cabeça e dos pulsos. Isso, porém, não fazia com que a lei de Deus
se firmasse mais na mente e no coração. Esses pergaminhos eram
usados meramente como insígnias, para chamar a atenção. Supunha-
se que davam aos que os usavam um ar de devoção que imporia
reverência ao povo. Jesus desferiu um golpe nessa vã pretensão:
“Fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois
trazem largos filactérios, e alargam as franjas de seus vestidos, e
amam os primeiros lugares nas ceias, e as primeiras cadeiras nas
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sinagogas, e as saudações nas praças, e o serem chamados pelos
homens — Rabi, Rabi. Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi,
porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois
irmãos. E a ninguém na Terra chameis vosso pai, porque um só é o
vosso Pai, o qual está nos Céus. Nem vos chameis mestres, porque só
um é o vosso Mestre, que é o Cristo”.
Mateus 23:5-10
. Em palavras
assim positivas revelou o Salvador as ambições egoístas que sempre
buscavam lugar e poder, exibindo uma fictícia humildade, enquanto
o coração estava cheio de avareza e inveja. Ao serem as pessoas
convidadas a um banquete, colocavam-se os convivas segundo sua
posição, e aqueles a quem se concedia o mais honroso lugar, eram
objeto de maiores atenções e favores especiais. Os fariseus sempre
estavam manejando para assegurar-se essas honras. Esse costume
Jesus censurou.
Reprovou também a vaidosa ostentação de cobiçar o título de
rabi, ou de mestre. Esse título, declarou, não pertencia a homens,
mas ao Cristo. Sacerdotes, escribas e príncipes, expositores e mi-
nistradores da lei, eram todos irmãos, filhos do mesmo Pai. Jesus
ensinou positivamente o povo a não dar a nenhum homem um título
de honra que indicasse possuir ele domínio sobre sua consciência
ou sua fé.