Página 539 - O Desejado de Todas as Na

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Ais sobre os fariseus
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Se Cristo Se encontrasse hoje na Terra, rodeado pelos que usam
o título de “Reverendo”, “Reverendíssimo”, não repetiria Suas pala-
vras: “Nem vos chameis, mestres, porque um só é o vosso Mestre,
que é o Cristo”?
Mateus 23:10
. A Escritura declara a respeito de
Deus: “Santo e tremendo [’reverendo’ dizem outras versões] é o Seu
nome”.
Salmos 111:9
. A que ser humano cabe esse título? Quão
pouco revela o homem da sabedoria e da justiça que o mesmo indica!
Quantos dos que aceitam esse título estão representando mal o nome
e o caráter de Deus! Ai, quantas vezes se têm a ambição mundana,
o despotismo e os mais baixos pecados escondido sob as bordadas
vestes de um elevado e santo cargo! O Salvador continuou:
“Porém o maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo
se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será
exaltado”.
Mateus 23:11, 12
. Repetidamente ensinara Cristo que a
verdadeira grandeza se mede pelo valor moral. Na estimativa celeste,
a grandeza de caráter consiste em viver para o bem-estar de nossos
semelhantes, em praticar obras de amor e de misericórdia. Cristo, o
Rei da Glória, foi servo do homem caído.
“Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!” disse Jesus, “pois
que fechais aos homens o reino dos Céus; e nem vós entrais nem
deixais entrar aos que estão entrando”.
Mateus 23:13
. Pervertendo as
Escrituras, os sacerdotes e doutores da lei cegavam o espírito dos que,
de outro modo, teriam recebido conhecimento do reino de Cristo, e
aquela vida interior, divina, essencial à verdadeira santidade.
“Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! pois que devorais as
casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso
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sofrereis mais rigoroso juízo”.
Mateus 23:14
. Os fariseus tinham
grande influência sobre o povo, e disso se aproveitavam para servir os
próprios interesses. Conquistavam a confiança de piedosas viúvas, e
então lhes apresentavam, como seu dever, consagrar sua propriedade
a fins religiosos. Havendo conseguido domínio sobre seus bens, os
astutos calculistas empregavam-nos para seu próprio benefício. Para
encobrir sua desonestidade, faziam longas orações em público, e
grande ostentação de piedade. Essa hipocrisia Cristo declarou que
lhes traria maior condenação. A mesma repreensão recai hoje sobre
muitos que fazem grande profissão de piedade. Sua vida é manchada
de avareza e egoísmo, e todavia lançam sobre tudo isso um manto de
aparente pureza, e assim por algum tempo enganam os semelhantes.