Página 665 - O Desejado de Todas as Na

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O Calvário
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Cristo dava ao pobre pecador a certeza: “Tu estarás comigo no
Paraíso.”
Os ladrões crucificados com Jesus foram colocados “um de cada
lado, e Jesus no meio”. Isso foi feito por instrução dos sacerdotes
e principais. A posição de Cristo entre os ladrões indicava ser Ele
o maior criminoso dos três. Assim se cumpriu a escritura: “Foi
contado com os transgressores”.
Isaías 53:12
. A inteira significação
de seu ato, porém, não viram os sacerdotes. Como Jesus crucificado
com os ladrões, foi posto “no meio”, assim foi Sua cruz colocada no
meio de um mundo a perecer no pecado. E as perdoadoras palavras
dirigidas ao ladrão arrependido, fizeram brilhar uma luz que brilhará
até aos remotos cantos da Terra.
Com espanto contemplavam os anjos o infinito amor de Jesus,
que, sofrendo a mais intensa agonia física e mental, pensava apenas
nos outros e animava a arrependida alma a crer. Em Sua humilhação,
dirigira-Se, como profeta, às filhas de Jerusalém; como sacerdote
e advogado, intercedera com o Pai pelo perdão de Seus assassinos;
como amorável Salvador perdoara os pecados do arrependido ladrão.
Enquanto o olhar de Jesus vagueava pela multidão que O cer-
cava, uma figura Lhe prendeu a atenção. Ao pé da cruz se achava
Sua mãe, apoiada pelo discípulo João. Ela não podia suportar perma-
necer longe de seu Filho; e João, sabendo que o fim se aproximava,
trouxera-a de novo para perto da cruz. Na hora de Sua morte, Cristo
lembrou-Se de Sua mãe. Olhando-lhe o rosto abatido pela dor, e
depois a João, disse, dirigindo-Se a ela: “Mulher, eis aí o teu filho”;
e depois a João: “Eis aí tua mãe”.
João 19:26, 27
. João entendeu as
palavras de Cristo, e aceitou o encargo. Levou imediatamente Maria
para sua casa, e daquela hora em diante dela cuidou ternamente.
Ó piedoso, amorável Salvador! por entre toda a Sua dor física e
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mental angústia, teve solícito cuidado para com Sua mãe! Não pos-
suía dinheiro com que lhe provesse o conforto; achava-Se, porém,
entronizado na alma de João, e entregou-lhe Sua mãe como precioso
legado. Assim providenciou para ela aquilo de que mais necessitava
— a terna simpatia de alguém que a amava porque ela amava a Jesus.
E, acolhendo-a como santo legado, estava João recebendo grande
bênção. Ela lhe era uma contínua recordação de seu querido Mestre.
O perfeito exemplo do amor filial de Cristo resplandece com não
esmaecido brilho por entre a neblina dos séculos. Durante cerca de