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O Desejado de Todas as Nações
trinta anos Jesus, por Sua labuta diária, ajudara nas responsabilidades
domésticas. E agora, mesmo em Sua última agonia, Se lembra de
providenciar em favor de Sua mãe viúva e aflita. O mesmo espírito
se manifestará em todo discípulo de nosso Senhor. Os que seguem
a Cristo sentirão ser uma parte de sua religião respeitar os pais
e prover-lhes as necessidades. O pai e a mãe nunca deixarão de
receber, do coração em que se abriga o amor de Cristo, solícito
cuidado e terna simpatia.
E agora, estava a morrer o Senhor da glória, o Resgate da raça.
Entregando a preciosa vida, não foi Cristo sustido por triunfante
alegria. Tudo eram opressivas sombras. Não era o temor da morte
que O oprimia. Nem a dor e a ignomínia da cruz Lhe causavam
a inexprimível angústia. Cristo foi o príncipe dos sofredores; mas
Seu sofrimento provinha do senso da malignidade do pecado, o
conhecimento de que, mediante a familiaridade com o mal, o homem
se tornara cego à enormidade do mesmo. Cristo viu quão profundo
é o domínio do pecado no coração humano, quão poucos estariam
dispostos a romper com seu poder. Sabia que, sem o auxílio divino,
a humanidade devia perecer, e via multidões perecerem ao alcance
de abundante auxílio.
Sobre Cristo como nosso substituto e penhor, foi posta a iniqüi-
dade de nós todos. Foi contado como transgressor, a fim de que
nos redimisse da condenação da lei. A culpa de todo descendente
de Adão pesava-Lhe sobre a alma. A ira de Deus contra o pecado,
a terrível manifestação de Seu desagrado por causa da iniqüidade,
encheram de consternação a alma de Seu Filho. Toda a Sua vida
anunciara Cristo ao mundo caído as boas-novas da misericórdia do
Pai, de Seu amor cheio de perdão. A salvação para o maior peca-
dor, fora Seu tema. Mas agora, com o terrível peso de culpas que
carrega, não pode ver a face reconciliadora do Pai. O afastamento
do semblante divino, do Salvador, nessa hora de suprema angústia,
penetrou-Lhe o coração com uma dor que nunca poderá ser bem
compreendida pelo homem. Tão grande era essa agonia, que Ele
mal sentia a dor física.
Satanás torturava com cruéis tentações o coração de Jesus. O
Salvador não podia enxergar para além dos portais do sepulcro. A
esperança não Lhe apresentava Sua saída da sepultura como ven-
cedor, nem Lhe falava da aceitação do sacrifício por parte do Pai.
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