Página 681 - O Desejado de Todas as Na

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No sepulcro de José
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Mas os sacerdotes e príncipes de Israel não conheceram o Filho de
Deus.
Todavia, esses sacerdotes e príncipes não estavam tranqüilos.
Levaram a cabo seu desígnio de matar a Jesus; não experimentavam,
no entanto, a sensação da vitória que esperavam. Mesmo na hora
de seu aparente triunfo, assaltavam-nos dúvidas quanto ao que viria
depois. Ouviram o brado: “Está consumado”.
João 19:30
. “Pai, nas
Tuas mãos entrego o Meu espírito”.
Lucas 23:46
. Viram as rochas
fenderem-se, sentiram o forte terremoto e estavam desassossegados,
inquietos.
Tinham invejado a influência de Cristo para com o povo, en-
quanto vivo; sentiam o mesmo ainda depois de Ele morto. Temiam
mais, muito mais o Cristo morto do que haviam temido o Cristo
vivo. Receavam que a atenção do povo fosse atraída ainda para os
acontecimentos que acompanhavam a crucifixão. Temiam os resul-
tados da obra daquele dia. Por coisa alguma queriam que Seu corpo
permanecesse na cruz, durante o sábado. Este se vinha aproximando,
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e seria uma violação de sua santidade o ficarem os corpos pendentes
da cruz. Assim, servindo-se disso como pretexto, os principais ju-
deus solicitaram de Pilatos que se apressasse a morte das vítimas, e
seus corpos fossem tirados antes do pôr-do-sol.
Pilatos tinha tão pouca vontade como eles de que o corpo de Je-
sus ficasse na cruz. Obtido seu consentimento, quebraram as pernas
dos dois ladrões para lhes apressar a morte; mas verificaram estar
Jesus já morto. Os rudes soldados abrandaram-se pelo que ouvi-
ram e testemunharam de Cristo, e abstiveram-se de Lhe quebrar os
membros. Assim, na oferta do Cordeiro de Deus cumpriu-se a lei da
páscoa: “Dela nada deixarão até à manhã, e dela não quebrarão osso
algum; segundo todo o estatuto da páscoa a celebrarão”.
Números
9:12
.
Os sacerdotes e principais surpreenderam-se ao verificar que Je-
sus já estava morto. A morte pela cruz constituía processo vagaroso;
difícil era determinar quando cessara a vida. Nunca se ouvira que
alguém morrera dentro de seis horas de crucifixão. Os sacerdotes
desejavam certificar-se da morte de Jesus, e, por sugestão deles, um
soldado atirou uma lança ao lado do Salvador. Da ferida assim feita
saíram duas copiosas e distintas correntes, uma de sangue, outra de
água. Isso foi observado por todos os espectadores, e João declara a