Página 682 - O Desejado de Todas as Na

Basic HTML Version

678
O Desejado de Todas as Nações
ocorrência de maneira bem positiva. Diz ele: “Um dos soldados Lhe
furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. E aquele
que o viu testificou, e seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é
verdade o que diz, para que também vós o creiais. Porque isto acon-
teceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos Seus
ossos será quebrado. E outra vez diz a Escritura: Verão Aquele que
traspassaram”.
João 19:34-37
.
Depois da ressurreição, os sacerdotes e principais puseram em
circulação o boato de que Cristo não morrera na cruz, que apenas
desmaiara e revivera posteriormente. Outro boato afirmava que não
era um corpo real, de carne e osso, mas a semelhança de um corpo,
o que fora posto no sepulcro. A ação dos soldados romanos contesta
essas falsidades. Não Lhe quebraram as pernas, porque Ele já estava
morto. Para satisfazer os sacerdotes, furaram-Lhe o lado. Não se
houvesse já extinguido a vida, e isso teria ocasionado imediatamente
a morte.
Não foi, porém, a lança atirada, não foi a dor da crucifixão, que
produziu a morte de Jesus. Aquele grito soltado “com grande voz”
(
Lucas 23:46
) no momento da morte, a corrente de sangue e água
que Lhe fluiu do lado, demonstravam que Ele morreu pela ruptura
do coração. Partiu-se-Lhe o coração pela angústia mental. Foi morto
pelo pecado do mundo.
Com a morte de Cristo, pereceram as esperanças dos discípulos.
Olhavam-Lhe as cerradas pálpebras e a cabeça pendida, o cabelo
empastado de sangue, as mãos e os pés traspassados, e indescritível
era a angústia que sentiam. Até ao fim não acreditavam que Ele mor-
resse; mal podiam crer que estivesse realmente morto. Esmagados
[546]
pela dor, não recordavam Suas palavras, a predizer essa mesma cena.
Coisa alguma de quanto dissera lhes dava então conforto. Viam
unicamente a cruz e a ensangüentada vítima. O futuro afigurava-se-
lhes negro e desesperador. Sua fé em Jesus morrera; nunca, porém,
haviam amado tanto a seu Senhor. Nunca Lhe haviam antes assim
compreendido o valor, e a necessidade que tinham da presença dEle.
Mesmo morto, o corpo de Cristo era muito precioso aos discí-
pulos. Anelavam fazer-Lhe honroso sepultamento, mas não sabiam
como o haviam de realizar. O crime que dera lugar à condenação de
Cristo era traição ao governo romano, e as pessoas mortas por essa
ofensa deviam ser sepultadas num terreno especialmente provido