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Métodos de ensino
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O professor em seu trabalho trata de coisas reais, e delas deve
falar com toda a força e entusiasmo que sejam inspirados pelo
conhecimento de sua realidade e importância.
Todo professor deve cuidar de que seu trabalho tenda a resul-
tados definidos. Antes de tentar ensinar uma matéria, deve ter em
seu espírito um plano distinto, e saber o que precisamente deseja
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conseguir. Não deve ficar satisfeito com a apresentação de qualquer
assunto antes que o estudante compreenda os princípios nele envol-
vidos, perceba a sua verdade, e esteja apto a referir claramente o que
aprendeu.
Tanto quanto o grande propósito da educação haja de ser conser-
vado em vista, deve o jovem ser animado a progredir precisamente
até onde suas capacidades o permitam. Antes, porém, de empreender
os ramos de estudos mais elevados, assenhoreiem-se eles dos mais
fáceis. Isto muitas vezes é negligenciado. Mesmo entre os estudan-
tes nas escolas superiores e universidades há grande deficiência nos
conhecimentos dos ramos comuns da educação. Muitos estudantes
dedicam seu tempo à matemática superior, quando são incapazes
de zelar de suas próprias contas. Muitos estudam a elocução com
vistas a alcançar as graças da oratória, quando são incapazes de ler
de maneira inteligível e impressiva. Muitos que terminaram o estudo
da retórica fracassam na composição e ortografia de uma simples
carta.
Um conhecimento completo das coisas essenciais à educação
deve não somente ser a condição para ser admitido aos cursos supe-
riores, mas também a prova constante para a continuação e adianta-
mento.
Em todos os ramos da educação há objetivos a serem adquiridos,
mais importantes do que os que se conseguem por mero conheci-
mento técnico. Na língua, por exemplo. Mais importante do que a
aquisição de línguas estrangeiras, vivas ou mortas, é a habilidade
de escrever e falar a língua materna com facilidade e precisão; mas
nenhuma habilitação adquirida por meio do conhecimento das re-
gras gramaticais pode comparar-se em importância com o estudo da
língua de um ponto de vista mais elevado. Em grande parte se acha
ligado a este estudo a ventura ou a desventura da vida.
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O principal requisito da linguagem é que seja pura, benévola e
verdadeira — a expressão exterior de uma graça interna. Diz Deus: