A luz na Suíça
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Para Zwínglio estas palavras foram como o primeiro raio de luz que
precede a aurora.
Logo foi Zwínglio chamado de Basiléia para o serviço ativo.
Seu primeiro campo de trabalho foi uma paróquia alpina, não muito
distante de seu vale natal. Ordenado padre, “dedicou-se de toda a sua
alma à pesquisa da verdade divina; pois estava bem ciente”, declara
um companheiro de reforma, “de quanto devia saber aquele a quem
o rebanho de Cristo é confiado.” — Wylie. Quanto mais pesquisava
as Escrituras, mais claro aparecia o contraste entre suas verdades e as
heresias de Roma. Ele se submeteu à Bíblia como a Palavra de Deus,
única regra suficiente, infalível. Viu que ela deveria ser seu próprio
intérprete. Não ousou tentar a explicação das Escrituras a fim de
sustentar uma teoria ou doutrina preconcebida, mas mantinha como
seu dever aprender o que constituem seus ensinos diretos e óbvios.
Procurou aproveitar-se de todo auxílio a fim de obter compreen-
são ampla e correta de seu sentido, e invocou a ajuda do Espírito
Santo, que, declarou ele, o revelaria a todos que O buscassem com
sinceridade e oração.
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“As Escrituras”, dizia Zwínglio, “vêm de Deus, não do homem,
e mesmo aquele Deus que esclarece te dará a compreender que
a palavra vem de Deus. A Palavra de Deus... não pode falhar; é
clara, ensina por si mesma, desvenda-se a si própria, ilumina a alma
com toda a salvação e graça, conforta-a em Deus, humilha-a de
maneira que ela se perde a si mesma, e até se despoja e abraça
a Deus.” — Wylie. A verdade destas palavras Zwínglio mesmo
havia provado. Falando de sua experiência naquele tempo, escreveu
depois: “Quando... comecei a devotar-me inteiramente às Escrituras
Sagradas, a filosofia e a teologia (escolástica) sempre me sugeriam
disputas. Finalmente cheguei a esta conclusão: ‘Deves deixar toda
inverdade, e aprender a significação de Deus unicamente de Sua
própria e simples Palavra.’ Então comecei a rogar a Deus a Sua luz,
e as Escrituras foram-se tornando para mim muito mais fáceis.” —
Wylie.
A doutrina pregada por Zwínglio, não a recebera ele de Lutero.
Era a doutrina de Cristo. “Se Lutero prega a Cristo”, disse o re-
formador suíço, “ele faz o que eu estou fazendo. Aqueles a quem
ele levou a Cristo são mais numerosos do que os que levei. Mas
isto não importa. Não pregarei nenhum outro nome a não ser o