Página 184 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
o dizeis, estão com as Escrituras, e nós nos achamos fora delas.” —
D’Aubigné.
Alguns dos príncipes da Alemanha foram ganhos para a fé re-
formada. O próprio imperador declarou que os artigos protestantes
não eram senão a verdade. A Confissão foi traduzida para muitas
línguas, e circulou por toda a Europa; e tem sido, em sucessivas
gerações, aceita por milhões como a expressão de sua fé.
Os fiéis servos de Deus não estavam labutando sós. Enquanto
“principados”, “potestades” e “hostes espirituais da maldade nos
lugares celestiais” se coligavam contra eles, o Senhor não Se esque-
cia de Seu povo. Se pudessem seus olhos abrir-se, teriam visto uma
prova da presença e auxílio divinos, tão assinalada como fora conce-
dida aos profetas de outrora. Quando o servo de Eliseu mostrou a seu
senhor o exército hostil que os cercava, excluindo toda possibilidade
de escape, o profeta orou: “Senhor, peço-Te que lhe abras os olhos
para que veja.”
2 Reis 6:17
. E eis que a montanha estava cheia de
carros e cavalos de fogo, o exército do Céu estacionado para proteger
o homem de Deus. Desta maneira guardaram os anjos os obreiros
na causa da Reforma.
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Um dos princípios mais firmemente mantidos por Lutero era que
não deveria haver recurso ao poder secular em apoio da Reforma,
e, tampouco, apelo às armas para a sua defesa. Regozijava-se de
que o evangelho fosse professado por príncipes do império; mas,
quando se propusera unir-se em uma liga defensiva, declarou que “a
doutrina do evangelho seria defendida por Deus somente. ... Quanto
menos o homem se entremetesse na obra, mais surpreendente seria
a intervenção de Deus em prol da mesma. Todas as precauções polí-
ticas sugeridas eram, em sua opinião, atribuíveis ao temor indigno e
à pecaminosa desconfiança.” — D’Aubigné.
Quando poderosos adversários se estavam unindo para destruir a
fé reformada, e milhares de espadas pareciam prestes a desembai-
nhar-se contra ela, Lutero escreveu: “Satanás está exercendo a sua
fúria; ímpios pontífices estão conspirando; e nós somos ameaçados
de guerra. Exortai o povo a contender valorosamente perante o trono
do Senhor, pela fé e oração, de modo que nossos inimigos, vencidos
pelo Espírito de Deus, possam ser constrangidos à paz. Nossa prin-
cipal necessidade, nosso trabalho principal, é a oração; saiba o povo