Página 242 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
franceses era: “Esmagai o Miserável!” querendo dizer Cristo. Blas-
fêmia que desafiava o Céu e abominável impiedade iam de mãos
dadas, e os mais vis dentre os homens, os mais execráveis monstros
de crueldade e vício, eram elevados aos mais altos postos. Em tudo
isto, prestava-se suprema homenagem a Satanás, enquanto Cristo,
em Seus característicos de verdade, pureza e amor abnegado, era
crucificado.
“A besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e os vencerá,
e os matará.” O poder ateísta que governou na França durante a
Revolução e reinado do terror, desencadeou contra Deus e Sua santa
Palavra uma guerra como jamais o testemunhara o mundo. O culto
à Divindade fora abolido pela Assembléia Nacional. Bíblias eram
recolhidas e publicamente queimadas com toda a manifestação de
escárnio possível. A lei de Deus era calcada a pés. As instituições
das Escrituras Sagradas, abolidas. O dia de repouso semanal foi
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posto de lado, e em seu lugar cada décimo dia era dedicado à orgia
e blasfêmia. O batismo e a comunhão foram proibidos. E anúncios
afixados visivelmente nos cemitérios, declaravam ser a morte um
sono eterno.
Disseram estar o temor de Deus tão longe do princípio da sa-
bedoria que era o princípio da loucura. Todo culto foi proibido,
exceto o da liberdade e do país. O “bispo constitucional de Paris foi
obrigado a desempenhar a parte principal na farsa mais impudente e
escandalosa que já se levou à cena em face de uma representação
nacional. ... Em plena procissão foi ele empurrado a fim de declarar
à Convenção que a religião por ele ensinada durante tantos anos, era,
em todo o sentido, uma peça de artimanha padresca, destituída de
fundamento tanto na História como na verdade sagrada. Negou em
termos solenes e explícitos a existência da Divindade a cujo culto
fora consagrado, dedicando-se, para o futuro, à homenagem da li-
berdade, igualdade, virtude e moralidade. Depôs então sobre a mesa
os paramentos episcopais, recebendo fraternal abraço do presidente
da Convenção. Vários padres apóstatas seguiram o exemplo deste
prelado.” — Scott.
“E os que habitam na Terra se regozijarão sobre eles, e se ale-
grarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois
profetas tinham atormentado os que habitam sobre a Terra.” A França
incrédula fizera silenciar a voz reprovadora das duas testemunhas