Página 243 - O Grande Conflito

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A Escritura Sagrada e a Revolução Francesa
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de Deus. A Palavra da verdade jazeu morta em suas ruas, e os que
odiavam as restrições e exigências da lei de Deus estavam jubilosos.
Os homens publicamente desafiavam o rei dos Céus. Semelhantes
aos pecadores da antiguidade, clamavam: “Como o sabe Deus? ou
há conhecimentos no Altíssimo?”
Salmo 73:11
.
Com blasfema ousadia, que se diria incrível, disse um dos padres
da nova ordem: “Deus, se existis, vingai Vosso nome injuriado. Eu
Vos desafio! Conservais-Vos em silêncio; não ousais fazer uso de
Vossos trovões. Quem depois disso crerá em Vossa existência?” —
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História, de Lacretelle, e História da Europa, de Alison. Que eco fiel
é isto, da pergunta de Faraó: “Quem é o Senhor para que eu obedeça
a Sua voz?” “Não conheço o Senhor!”
“Disse o néscio em seu coração: Não há Deus.”
Salmo 14:1
. E
declara o Senhor relativamente aos que pervertem a verdade: “A
todos será manifesto o seu desvario.”
2 Timóteo 3:9
. Depois que
a França renunciou ao culto do Deus vivo, “o Alto e o Sublime
que habita na eternidade”, pouco tempo se passou até descer ela à
idolatria degradante, pelo culto da deusa da Razão, na pessoa de uma
mulher dissoluta. E isto na assembléia representativa da nação, e pe-
las suas mais altas autoridades civis e legislativas! Diz o historiador:
“Uma das cerimônias deste tempo de loucuras permanece sem rival
pelo absurdo combinado com a impiedade. As portas da convenção
foram abertas de par em par a uma banda de música, seguida dos
membros da corporação municipal, que entraram em solene procis-
são, cantando um hino de louvor à liberdade e escoltando, como o
objeto de seu futuro culto, uma mulher coberta com um véu, a quem
denominavam a deusa da Razão. Levada à tribuna, tirou-se-lhe o
véu com grande pompa, e foi colocada à direita do presidente, sendo
por todos reconhecida como dançarina de ópera. ... A essa pessoa,
como mais apropriada representante da razão a que adoravam, a
Convenção Nacional da França prestou homenagem pública.
“Essa momice, ímpia e ridícula, entrou em voga; e o instituir a
deusa da Razão foi repetido e imitado, por todo o país, nos lugares
em que os habitantes desejavam mostrar-se à altura da Revolução.”
— Scott.
Disse o orador que apresentou o culto da Razão: “Legislado-
res! O fanatismo foi substituído pela razão. Seus turvos olhos não
poderiam suportar o brilho da luz. Neste dia, imenso público se