Predito o destino do mundo
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família e na sociedade, entre as mais altas como entre as mais baixas
classes, havia suspeita, inveja, ódio, contenda, rebelião, assassínio.
Não havia segurança em parte alguma. Amigos e parentes traíam-se
mutuamente. Pais matavam aos filhos, e filhos aos pais. Os príncipes
do povo não tinham poder para governar-se. Desenfreadas paixões
faziam-nos tiranos. Os judeus haviam aceitado falso testemunho
para condenar o inocente Filho de Deus. Agora as falsas acusações
tornavam insegura sua própria vida. Pelas suas ações durante muito
tempo tinham estado a dizer: “Fazei que deixe de estar o Santo de
Israel perante nós.”
Isaías 30:11
. Agora seu desejo foi satisfeito. O
temor de Deus não mais os perturbaria. Satanás estava à frente da
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nação e as mais altas autoridades civis e religiosas estavam sob o
seu domínio.
Os chefes das facções oponentes por vezes se uniam para saquear
e torturar suas desgraçadas vítimas, e novamente caíam sobre as for-
ças uns dos outros, fazendo impiedosa matança. Mesmo a santidade
do templo não lhes refreava a horrível ferocidade. Os adoradores
eram assassinados diante do altar, e o santuário contaminava-se com
corpos de mortos. No entanto, em sua cega e blasfema presunção, os
instigadores desta obra infernal publicamente declaravam que não
tinham receio de que Jerusalém fosse destruída, pois era a própria
cidade de Deus. A fim de estabelecer mais firmemente seu poder,
subornaram profetas falsos para proclamar, mesmo enquanto as le-
giões romanas estavam sitiando o templo, que o povo devia aguardar
o livramento de Deus. Afinal, as multidões apegaram-se firmemente
à crença de que o Altíssimo interviria para a derrota de seus adversá-
rios. Israel, porém, havia desdenhado a proteção divina, e agora não
tinha defesa. Infeliz Jerusalém! despedaçada por dissensões internas,
com o sangue de seus filhos, mortos pelas mãos uns dos outros, a
tingir de carmesim suas ruas, enquanto hostis exércitos estrangeiros
derribavam suas fortificações e lhes matavam os homens de guerra!
Todas as predições feitas por Cristo relativas à destruição de Je-
rusalém cumpriram-se à letra. Os judeus experimentaram a verdade
de Suas palavras de advertência: “Com a medida com que tiverdes
medido, vos hão de medir a vós.”
Mateus 7:2
.
Apareceram sinais e prodígios, prenunciando desastre e conde-
nação. Ao meio da noite, uma luz sobrenatural resplandeceu sobre
o templo e o altar. Sobre as nuvens, ao pôr-do-sol, desenhavam-se