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O Grande Conflito
presença divina tinha sido manifestada durante séculos; mas, mesmo
ali, há idêntica indiferença. Os sacerdotes, em sua pompa e orgulho,
estão oferecendo profanos sacrifícios no templo. Os fariseus estão
em altas vozes discursando ao povo, ou fazendo jactanciosas orações
nas esquinas das ruas. Nos palácios dos reis, nas assembléias dos
filósofos, nas escolas dos rabis, todos, de igual maneira, se acham
inconscientes do maravilhoso fato que encheu todo o Céu de alegria
e louvor — o fato de que o Redentor dos homens está prestes a
aparecer na Terra.
Evidência alguma há de que Cristo seja esperado, e nenhuns
preparativos para o Príncipe da Vida. Com espanto está o mensa-
geiro celestial prestes a voltar para o Céu com a desonrosa notícia,
quando descobre alguns pastores que, à noite, vigiam seus rebanhos
e, mirando o céu bordado de estrelas, meditam na profecia do Mes-
sias a vir à Terra, anelando o advento do Redentor do mundo. Ali
se encontra um grupo que está preparado para receber a mensagem
celestial. E subitamente o anjo do Senhor aparece anunciando as
boas novas de grande alegria. A glória celestial inunda a planície
toda; aparece uma incontável multidão de anjos e, como se fora
demasiado grande a alegria para um só mensageiro trazê-la do Céu,
uma multidão de vozes irrompe em louvores que todas as nações
dos salvos um dia entoarão: “Glória a Deus nas alturas, paz na Terra,
boa vontade para com os homens.”
Lucas 2:14
.
[315]
Oh! que lição encerra a maravilhosa história de Belém! Quanto
ela reprova a nossa incredulidade, nosso orgulho e amor-próprio!
Quanto nos adverte a nos precavermos para que não aconteça que
pela nossa criminosa indiferença deixemos também de discernir
os sinais dos tempos e, portanto, não conheçamos o dia de nossa
visitação!
Não foi somente nas colinas da Judéia, nem apenas entre os
humildes pastores, que os anjos encontraram os que se achavam
vigilantes pela vinda do Messias. Na terra dos gentios havia também
os que por Ele esperavam; eram homens sábios, ricos e nobres
filósofos do Oriente. Estudiosos da Natureza, haviam os magos visto
a Deus em Sua obra. Pelas Escrituras hebraicas tinham aprendido
acerca da Estrela que deveria surgir de Jacó, e com ardente desejo
esperavam a vinda dAquele que seria não somente a “Consolação
de Israel”, mas uma “luz para alumiar as nações”, e “salvação até