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O Grande Conflito
nas danças, nas festas, etc. ... Mas não necessitamos de nos expandir
neste assunto lastimável. Basta que as provas se intensifiquem e se
despenhem pesadamente sobre nós, para mostrar que as igrejas em
geral se estão degenerando lamentavelmente. Elas se têm afastado
muito do Senhor, que Se retirou delas.
E um escritor, no Religious Telescope, testificou: “Nunca tes-
temunhamos declínio religioso tão generalizado como no presente.
Em verdade, a igreja deveria despertar e pesquisar a causa desta situ-
ação aflitiva; pois, como aflito é que deveria ser encarado este estado
de coisas por todo aquele que ama a Sião. Quando nos lembramos de
quão ‘poucos e espaçados’ casos de verdadeira conversão existem, e
da insolência e obstinação dos pecadores, quase sem precedentes,
exclamamos como que involuntariamente: ‘Esqueceu-Se Deus de
ser misericordioso? ou está fechada a porta da graça?’”
Semelhante condição nunca prevalece sem causa na própria
igreja. As trevas espirituais que caem sobre as nações, igrejas e
indivíduos, são devidas, não à retirada arbitrária do socorro da graça
divina, por parte de Deus, mas à negligência ou rejeição da luz di-
vina por parte dos homens. Exemplo frisante desta verdade vê-se na
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história do povo judeu no tempo de Cristo. Pelo apego ao mundo
e esquecimento de Deus e Sua Palavra, tornou-se-lhes obscurecido
o entendimento, e o coração mundano e sensual. Daí estarem em
ignorância quanto ao advento do Messias e, em seu orgulho e in-
credulidade, rejeitarem o Redentor. Mesmo assim, Deus não privou
a nação judaica do conhecimento das bênçãos da salvação, ou de
participar delas. Aqueles, porém, que rejeitaram a verdade, perderam
todo o desejo do dom do Céu. Tinham “posto as trevas pela luz, e a
luz pelas trevas”, até que a luz que neles estava se tornou em trevas;
e quão grandes eram as trevas!
Convém à política de Satanás que os homens conservem as for-
mas da religião, embora falte o espírito da piedade vital. Depois de
terem rejeitado o evangelho, os judeus continuaram zelosamente a
manter seus antigos ritos; preservavam com rigor o exclusivismo
nacional, ao mesmo tempo em que não podiam deixar de admitir que
a presença de Deus não mais era entre eles manifesta. A profecia de
Daniel apontava tão insofismavelmente para o tempo da vinda do
Messias, e tão diretamente lhes predizia Sua morte, que eles desani-
mavam o estudo dessa profecia, e finalmente os rabis pronunciaram