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O Grande Conflito
vam-se de que fossem considerados dignos de sofrer pela verdade,
e cânticos de triunfo ascendiam dentre as chamas crepitantes. Pela
fé, olhando para cima, viam Cristo e os anjos apoiados sobre as
ameias do Céu, contemplando-os com o mais profundo interesse,
com aprovação considerando a sua firmeza. Uma voz lhes vinha
do trono de Deus: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”
Apocalipse 2:10
.
Nulos foram os esforços de Satanás para destruir pela violência
a igreja de Cristo. O grande conflito em que os discípulos de Jesus
rendiam a vida, não cessava quando estes fiéis porta-estandartes
tombavam em seus postos. Com a derrota, venciam. Os obreiros
de Deus eram mortos, mas a Sua obra ia avante com firmeza. O
evangelho continuava a espalhar-se, e o número de seus aderentes
a aumentar. Penetrou em regiões que eram inacessíveis, mesmo
às águias romanas. Disse um cristão, contendendo com os gover-
nadores pagãos que estavam a impulsionar a perseguição: Podeis
“matar-nos, torturar-nos condenar-nos. ... Vossa injustiça é prova de
que somos inocentes. ... Tampouco vossa crueldade... vos aprovei-
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tará.” Não era senão um convite mais forte para se levarem outros
à mesma persuasão. “Quanto mais somos ceifados por vós, tanto
mais crescemos em número; o sangue dos cristãos é semente.” —
Apologia, de Tertuliano, parágrafo 50.
Milhares eram aprisionados e mortos, mas outros surgiam para
ocupar as vagas. E os que eram martirizados por sua fé tornavam-se
aquisição de Cristo, por Ele tidos na conta de vencedores. Haviam pe-
lejado o bom combate, e deveriam receber a coroa de glória quando
Cristo viesse. Os sofrimentos que suportavam, levavam os cristãos
mais perto uns dos outros e de seu Redentor. Seu exemplo em vida,
e seu testemunho ao morrerem, eram constante atestado à verdade;
e, onde menos se esperava, os súditos de Satanás estavam deixando
o seu serviço e alistando-se sob a bandeira de Cristo.
Satanás, portanto, formulou seus planos para guerrear com mais
êxito contra o governo de Deus, hasteando sua bandeira na igreja
cristã. Se os seguidores de Cristo pudessem ser enganados e levados
a desagradar a Deus, falhariam então sua força, poder e firmeza, e
eles cairiam como presa fácil.
O grande adversário se esforçou então por obter pelo artifício
aquilo que não lograra alcançar pela força. Cessou a perseguição, e