Página 409 - O Grande Conflito

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A vida que satisfaz — como alcançar paz de alma
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maravilhosamente por elas, quando a obra é de outro espírito. Sob o
disfarce religioso, Satanás procurará estender sua influência sobre o
mundo cristão.
Em muitos dos avivamentos ocorridos durante o último meio
século, têm estado a operar, em maior ou menor grau, as mesmas
influências que se manifestarão em movimentos mais extensos no
futuro. Há um excitamento emotivo, mistura do verdadeiro com o
falso, muito apropriado para transviar. Contudo, ninguém necessita
ser enganado. À luz da Palavra de Deus não é difícil determinar a na-
tureza destes movimentos. Onde quer que os homens negligenciem
o testemunho da Escritura Sagrada, desviando-se das verdades claras
que servem para provar a alma e que exigem a renúncia de si mesmo
e a do mundo, podemos estar certos de que ali não é outorgada a
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bênção de Deus. E, pela regra que o próprio Cristo deu — “Por
seus frutos os conhecereis” (
Mateus 7:16
) — é evidente que esses
movimentos não são obra do Espírito de Deus.
Nas verdades de Sua Palavra, Deus deu aos homens a revelação
de Si mesmo; e a todos os que as aceitam servem de escudo contra
os enganos de Satanás. Foi a negligência destas verdades que abriu
a porta aos males que tanto se estão generalizando agora no mundo
religioso. Tem-se perdido de vista, em grande parte, a natureza e
importância da lei de Deus. Uma concepção errônea do caráter,
perpetuidade e vigência da lei divina, tem ocasionado erros quanto à
conversão e santificação, resultando em baixar, na igreja, a norma
da piedade. Aqui deve encontrar-se o segredo da falta do Espírito e
poder de Deus nos avivamentos de nosso tempo.
Há, nas várias denominações, homens eminentes por sua pie-
dade, que reconhecem e lamentam este fato. O Prof. Eduardo A.
Park, apresentando os perigos atuais de natureza religiosa, diz acer-
tadamente: “Fonte de perigos é a negligência, por parte do púlpito,
de insistir sobre a lei divina. Nos dias passados o púlpito era o eco
da voz da consciência. ... Os nossos mais ilustres pregadores davam
admirável majestade aos seus discursos, seguindo o exemplo do
Mestre, e pondo em preeminência a lei, seus preceitos e ameaças.
Repetiam as duas grandes máximas de que a lei é a transcrição das
perfeições divinas e de que o homem que não ame a lei, não ama
o evangelho; pois a lei, bem como o evangelho, é um espelho que
reflete o verdadeiro caráter de Deus. Este perigo leva a outro, o de