Página 438 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
tamente, o pecado não pareceria o mal que em realidade era. Até ali
não ocorrera ele no Universo de Deus, e os seres santos não tinham
qualquer concepção de sua natureza e malignidade. Não podiam
discernir as terríveis conseqüências que resultariam de se pôr de
parte a lei divina. Satanás a princípio ocultara sua obra sob uma
profissão capciosa de lealdade a Deus. Alegava estar procurando
promover a honra de Deus, a estabilidade de Seu governo, e o bem
de todos os habitantes do Céu. Ao mesmo tempo em que incutia o
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descontentamento no espírito dos anjos a ele subordinados, dava as-
tutamente a impressão de que estava procurando remover o dissabor.
Quando insistia em que se fizessem mudanças na ordem e nas leis
do governo de Deus, era sob o pretexto de serem elas necessárias a
fim de preservar a harmonia no Céu.
Em Seu trato com o pecado, apenas podia Deus empregar a
justiça e a verdade. Satanás podia fazer uso daquilo que Deus não
usaria: lisonja e engano. Procurara falsificar a Palavra de Deus,
e representara falsamente Seu plano de governo perante os anjos,
alegando que Deus não era justo ao estabelecer leis e regras aos
habitantes do Céu; que, exigindo de Suas criaturas submissão e
obediência, estava meramente procurando a exaltação de Si próprio.
Portanto deveria ser demonstrado perante os habitantes do Céu, bem
como de todos os mundos, que o governo de Deus é justo, e perfeita
a Sua lei. Satanás fizera parecer que estava procurando promover o
bem do Universo. O verdadeiro caráter do usurpador e seu objetivo
real deveriam ser por todos compreendidos.
A discórdia que o seu próprio procedimento determinara no
Céu, imputou-a Satanás à lei e ao governo de Deus. Todo o mal,
declarou ele ser resultante da administração divina. Alegou ser seu
próprio objetivo melhorar os estatutos de Jeová. Conseguintemente,
necessário era que demonstrasse a natureza de suas pretensões,
provando o efeito de suas propostas mudanças na lei divina. A sua
própria obra deveria condená-lo. Satanás pretendeu desde o princípio
que não estava em rebelião. Todo o Universo deveria ver o enganador
desmascarado.
Mesmo quando foi decidido que ele não mais poderia permane-
cer no Céu, a Sabedoria infinita não destruiu a Satanás. Visto que
apenas o serviço por amor pode ser aceito por Deus, a submissão
de Suas criaturas deve repousar em uma convicção sobre a Sua jus-