Página 481 - O Grande Conflito

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É o homem imortal?
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38:18, 19
. A teologia popular representa os justos mortos como
estando no Céu, admitidos na bem-aventurança, e louvando a Deus
com língua imortal; Ezequias, porém, não pôde ver tal perspectiva
gloriosa na morte. Com suas palavras concorda o testemunho do
salmista: “Na morte não há lembrança de Ti; no sepulcro quem Te
louvará?” “Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem
ao silêncio.”
Salmo 6:5
;
15:17
.
Pedro, no dia de Pentecoste, declarou que o patriarca Davi “mor-
reu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura.” “Porque
Davi não subiu aos Céus.”
Atos 2:29, 34
. O fato de Davi permanecer
na sepultura até à ressurreição, prova que os justos não ascendem
ao Céu por ocasião da morte. É unicamente pela ressurreição, e
em virtude de Jesus haver ressuscitado, que Davi poderá finalmente
assentar-se à destra de Deus.
E Paulo disse: “Se os mortos não ressuscitam, também Cristo
não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda
permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em
Cristo estão perdidos.”
1 Coríntios 15:16-18
. Se durante quatro mil
anos os justos tivessem à sua morte ido diretamente para o Céu, como
poderia Paulo ter dito que se não há ressurreição “os que dormiram
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em Cristo estão perdidos”? Não seria necessário ressurreição.
O mártir Tyndale, referindo-se ao estado dos mortos, declarou:
“Confesso abertamente que não estou persuadido de que eles já
estejam na plena glória em que Cristo Se acha, ou em que estão os
anjos eleitos de Deus. Tampouco é isto artigo de minha fé; pois,
se assim fosse, não vejo nisto senão que o pregar a ressurreição da
carne seria coisa vã.” — Prefácio do “Novo Testamento” (edição de
1534), de Guilherme Tyndale.
É fato inegável que a esperança da imortal bem-aventurança
ao morrer, tem determinado generalizada negligência da doutrina
bíblica da ressurreição. Esta tendência foi notada pelo Dr. Adão
Clarke, que disse: “A doutrina da ressurreição parece ter sido jul-
gada de muito maiores conseqüências entre os primeiros cristãos
do que o é hoje! Como é isto? Os apóstolos estavam continuamente
insistindo nela, e concitando os seguidores de Cristo à diligência,
obediência e animação por meio dela. E seus sucessores, na atua-
lidade, raras vezes a mencionam! Pregavam-na os apóstolos, nela
criam os primitivos cristãos; pregamo-la nós, e nela crêem nossos