Página 63 - O Grande Conflito

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Um povo que difunde luz
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Satanás incitara sacerdotes e prelados a enterrarem a Palavra
da verdade sob a escória do erro, heresia e superstição; mas de
modo maravilhosíssimo foi ela conservada incontaminada através
de todos os séculos de trevas. Não trazia o cunho do homem, mas
a impressão divina. Os homens se têm demonstrado incansáveis
em seus esforços para obscurecer o claro e simples sentido das
Escrituras, e fazê-las contradizerem seu próprio testemunho; porém,
semelhante à arca sobre as profundas águas encapeladas, a Palavra
de Deus leva de vencida as borrascas que a ameaçam de destruição.
Assim como tem a mina ricos veios de ouro e prata ocultos por
sob a superfície, de maneira que todos os que desejam descobrir
os preciosos depósitos devem cavar, assim as Sagradas Escrituras
têm tesouros de verdade que são revelados unicamente ao ardoroso,
humilde e devoto pesquisador. Deus destinara a Bíblia a ser um
compêndio para toda a humanidade, na infância, juventude e idade
madura, devendo ser estudada através de todos os tempos. Deu
Sua Palavra aos homens como revelação de Si mesmo. Cada nova
verdade que se divisa é uma nova revelação do caráter de seu Autor.
O estudo das Escrituras é o meio divinamente ordenado para levar
o homem a mais íntima comunhão com seu Criador e dar-lhe mais
claro conhecimento de Sua vontade. É o meio de comunicação entre
Deus e o homem.
Conquanto os valdenses considerassem o temor do Senhor como
o princípio da sabedoria, não eram cegos no tocante à importância
do contato com o mundo, do conhecimento dos homens e da vida
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ativa, para expandir o espírito e avivar as percepções. De suas escolas
nas montanhas alguns dos jovens foram enviados a instituições de
ensino nas cidades da França ou Itália, onde havia campo mais
vasto para o estudo, pensamento e observação, do que nos Alpes
nativos. Os jovens assim enviados estavam expostos à tentação,
testemunhavam o vício, defrontavam-se com os astuciosos agentes
de Satanás, que lhes queriam impor as mais sutis heresias e os mais
perigosos enganos. Mas sua educação desde a meninice fora de
molde a prepará-los para tudo isto.
Nas escolas aonde iam, não deveriam fazer confidentes a quem
quer que fosse. Suas vestes eram preparadas de maneira a ocultar seu
máximo tesouro — os preciosos manuscritos das Escrituras. A estes,
fruto de meses e anos de labuta, levavam consigo e, sempre que o