Página 68 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
da salvação. Era comum proferirem-se palavras como estas: “Acei-
tará Deus em verdade a minha oferta? Olhar-me-á benignamente?
Perdoar-me-á Ele?” Lia-se a resposta: “Vinde a Mim, todos os que
estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.”
Mateus 11:28
.
A fé se apegava à promessa, ouvia-se a alegre resposta: “Nada
mais de longas peregrinações; nada de penosas jornadas aos relicá-
rios sagrados. Posso ir a Jesus tal como estou, pecador e ímpio, e
Ele não desprezará a oração de arrependimento. ‘Perdoados te são
os teus pecados.’ Os meus pecados, efetivamente os meus, podem
ser perdoados!”
Enchia o coração uma onda de sagrada alegria, e o nome de
Jesus era engrandecido em louvores e ações de graças. Estas almas
felizes voltavam para casa a fim de difundir a luz, repetir a outros, tão
bem quanto podiam, a nova experiência, de que acharam o Caminho
verdadeiro e vivo. Havia um estranho e solene poder nas palavras das
Escrituras, que falava diretamente ao coração dos que se achavam
anelantes pela verdade. Era a voz de Deus e levava a convicção aos
que ouviam.
O mensageiro da verdade continuava o seu caminho; mas seu
aspecto de humildade, sua sinceridade, ardor e profundo fervor, eram
assuntos de observação freqüente. Em muitos casos os ouvintes
não lhe perguntavam donde viera ou para onde ia. Ficavam tão
dominados, a princípio pela surpresa e depois pela gratidão e alegria,
que não pensavam em interrogá-lo. Quando insistiam com ele para os
acompanhar a suas casas, respondia-lhes que devia visitar as ovelhas
perdidas do rebanho. Não seria ele um anjo do Céu? indagavam.
Em muitos casos não mais se via o mensageiro da verdade.
Seguira para outros países, ou a vida se lhe consumia em algum
calabouço desconhecido, ou talvez seus ossos estivessem alvejando
no local em que testificara da verdade. Mas as palavras que deixara
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após si, não poderiam ser destruídas. Estavam a fazer sua obra no
coração dos homens; os benditos resultados só no dia do juízo se
revelarão plenamente.
Os missionários valdenses estavam invadindo o reino de Satanás,
e os poderes das trevas despertaram para maior vigilância. Todo
esforço para avanço da verdade era observado pelo príncipe do
mal, e ele excitava os temores de seus agentes. Os chefes papais
viram grande perigo para a sua causa no trabalho destes humildes