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              História da Redenção
            
            
              Me cercam; uma súcia de malfeitores Me rodeia; traspassaram-Me
            
            
              as mãos e os pés. ... Repartem entre si as Minhas vestes, e sobre a
            
            
              Minha túnica deitam sortes.”
            
            
              Salmos 22:16, 18
            
            
              .
            
            
              Uma lição de amor filial
            
            
              Os olhos de Jesus vaguearam sobre a multidão que se reunira
            
            
              para testemunhar Sua morte, e Ele viu ao pé da cruz João amparando
            
            
              Maria, a mãe de Cristo. Tinha ela retornado à terrível cena, não
            
            
              suportando permanecer longe de Seu filho. A última lição de Jesus
            
            
              foi de amor filial. Olhando o rosto abatido de Sua mãe, e então a
            
            
              João, disse, dirigindo-Se a ela: “Mulher, eis aí o teu filho.” Depois,
            
            
              ao discípulo: “Eis aí tua mãe.”
            
            
              João 19:27
            
            
              . João bem compreen-
            
            
              deu as palavras de Jesus, e o sagrado dever que lhe foi confiado.
            
            
              Imediatamente removeu a mãe de Cristo da terrível cena do Cal-
            
            
              vário. Daquela hora em diante dela cuidou como filho obediente,
            
            
              tomando-a em seu próprio lar. O perfeito exemplo do amor filial de
            
            
              Cristo resplandece com não esmaecido fulgor por entre a neblina
            
            
              dos séculos. Conquanto suportando a mais aguda tortura, Ele não
            
            
              Se esqueceu de Sua mãe, e fez toda a provisão necessária para seu
            
            
              futuro.
            
            
              A missão da vida terrena de Cristo estava agora quase cumprida.
            
            
              Sua língua estava ressecada e Ele disse: “Tenho sede.” Saturaram
            
            
              uma esponja com vinagre e fel e ofereceram-na para beber; mas
            
            
              quando a provou, recusou-a. E agora, o Senhor da vida e da glória
            
            
              estava morrendo, como resgate pela raça. Foi o senso do pecado,
            
            
              trazendo a ira do Pai sobre Si como substituto dos homens, que fez
            
            
              tão amargo o cálice que bebeu, e quebrantou o coração do Filho de
            
            
              Deus.
            
            
              [225]
            
            
              Como substituto e penhor do homem, a iniquidade dos homens
            
            
              foi posta sobre Cristo. Foi contado como transgressor, a fim de que
            
            
              pudesse redimi-los da maldição da lei. A culpa de cada descendente
            
            
              de Adão em todos os séculos pesava-Lhe sobre o coração; e a ira
            
            
              de Deus e a terrível manifestação de Seu desagrado por causa da
            
            
              iniqüidade, encheram de consternação a alma de Seu Filho. O afas-
            
            
              tamento do semblante divino, do Salvador, nessa hora de suprema
            
            
              angústia, penetrou-Lhe o coração com uma dor que nunca poderá
            
            
              ser bem compreendida pelo homem. Toda dor suportada pelo Filho