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              História da Redenção
            
            
              Dissipou-se a luz celestial, e Pedro pareceu achar-se em pro-
            
            
              fundas trevas; mas, acostumando-se-lhe os olhos, pareceram elas
            
            
              diminuir gradualmente, e ele se encontrou só na rua silenciosa, com
            
            
              o ar ameno da noite a soprar-lhe no rosto. Compreendeu então, que
            
            
              não fora um sonho ou uma visão que o visitara. Viu-se livre, numa
            
            
              parte da cidade que lhe era familiar; reconheceu o lugar como sendo
            
            
              um que frequentara muitas vezes, e por onde esperara passar na
            
            
              manhã seguinte pela última vez, a caminho do local de sua morte
            
            
              em perspectiva. Procurou rememorar os fatos dos últimos poucos
            
            
              momentos. Lembrou-se de ter adormecido, ligado entre dois solda-
            
            
              dos, com as sandálias e vestes exteriores removidas. Examinou sua
            
            
              pessoa e achou-se completamente vestido e cingido.
            
            
              Seus pulsos, inchados pela pressão dos ferros cruéis, estavam
            
            
              livres das algemas e ele compreendeu que sua liberdade não era um
            
            
              engano, mas bendita realidade. No dia seguinte deveria ser levado
            
            
              para morrer; mas, eis, um anjo o livrara da prisão e da morte! “Então
            
            
              Pedro, caindo em si, disse: Agora sei verdadeiramente que o Senhor
            
            
              enviou o Seu anjo e me livrou da mão de Herodes e de toda a
            
            
              expectativa do povo judaico.”
            
            
              Resposta à oração
            
            
              O apóstolo se encaminhou de pronto à casa onde seus irmãos es-
            
            
              tavam reunidos para orar, e achou-os naquele momento empenhados
            
            
              em fervorosa prece em seu favor. “Quando ele bateu ao postigo do
            
            
              portão, veio uma criada, chamada Rode, ver quem era; reconhecendo
            
            
              a voz de Pedro, tão alegre ficou, quem nem o fez entrar, mas voltou
            
            
              [297]
            
            
              correndo para anunciar que Pedro estava junto do portão. Eles lhe
            
            
              disseram: Estás louca. Ela, porém, persistia em afirmar que assim
            
            
              era. Então disseram: É o seu anjo. Entretanto, Pedro continuava ba-
            
            
              tendo; eles então abriram, viram-no e ficaram atônitos. Ele, porém,
            
            
              fazendo-lhes sinal com a mão para que se calassem, contou-lhes
            
            
              como o Senhor o tirara da prisão, e acrescentou: Anunciai isto a
            
            
              Tiago e aos irmãos. E, saindo, retirou-se para outro lugar.”
            
            
              Alegria e louvor encheram o coração dos crentes porque Deus
            
            
              ouvira e atendera a suas orações, e libertara Pedro das mãos de
            
            
              Herodes. Pela manhã uma grande multidão se reuniu para teste-
            
            
              munhar a execução do apóstolo. Herodes enviou oficiais à prisão