Página 101 - O Maior Discurso de Cristo (2008)

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Não julgar, mas praticar
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quem Cristo morreu. Segundo a figura empregada por nosso Salva-
dor, aquele que condescende com o espírito de censura é culpado
de um pecado maior do que aquele a quem acusa; pois não somente
comete o mesmo pecado, como acrescenta ao mesmo presunção e
espírito de crítica.
Cristo é a única verdadeira norma de caráter, e aquele que se
põe como padrão para os outros, está-se colocando no lugar de
Cristo. E visto haver o Pai dado “ao Filho todo o juízo” (
João 5:22
),
quem quer que presuma julgar os motivos dos outros está outra vez
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usurpando a prerrogativa do Filho de Deus. Esses supostos juízes e
críticos estão-se colocando do lado do Anticristo, “o qual se opõe,
e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte
que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer
Deus”.
2 Tessalonicenses 2:4
.
O pecado que conduz aos mais infelizes resultados, é o espírito
frio, crítico, irreconciliável que caracteriza o farisaísmo. Quando a
experiência religiosa é destituída de amor, aí não Se encontra Jesus;
aí não está a luz de Sua presença. Nenhuma atarefada atividade ou
zelo sem Cristo pode suprir a falta. Haverá talvez uma admirável
percepção para descobrir os defeitos dos outros mas a todos quantos
condescendem com esse espírito, Jesus diz: “Hipócrita, tira primeiro
a trave do teu olho, então cuidarás em tirar o argueiro do olho de teu
irmão.” Aquele que é culpado de erro, é o primeiro a suspeitar do
erro. Condenando o outro, está ele procurando ocultar ou desculpar
o mal do próprio coração. Foi por meio do pecado que os homens
adquiriram o conhecimento do mal; tão depressa havia o primeiro par
pecado, começaram a se acusar um ao outro e é isto que a natureza
humana inevitavelmente fará, quando não se ache controlada pela
graça de Cristo.
Quando os homens condescendem com esse espírito acusador,
não se satisfazem com apontar o que julgam um defeito em seu
irmão. Se falham os meios brandos para levá-lo a fazer o que julgam
que deve ser feito, recorrem à força. Até onde estiver ao seu alcance,
obrigarão os homens a satisfazer suas idéias do que é direito. Foi
isto que os judeus fizeram nos dias de Cristo, e é o que a igreja
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tem feito desde então, uma vez que haja perdido a graça de Cristo.
Achando-se destituída do poder do amor, tem buscado o braço forte
do Estado para tornar obrigatórios os seus dogmas e executar-lhe