A espiritualidade da lei
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aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo
assassino não tem a vida eterna permanente em si.”
1 João 3:15
.
“Qualquer que disser a seu irmão: Raca [indivíduo vão], estará
sujeito ao julgamento do Sinédrio.” No dom de Seu Filho para nossa
redenção, Deus mostrou quão alto valor dá Ele a toda alma humana,
e não dá direito a homem algum de falar desprezivelmente de outro.
Veremos faltas e fraquezas nos que nos rodeiam, mas Deus reclama
toda alma como Sua propriedade — Sua pela criação, e duplamente
Sua como comprada com o precioso sangue de Cristo. Todos foram
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criados à Sua imagem, e mesmo os mais degradados devem ser
tratados com respeito e ternura. Deus nos considerará responsáveis
mesmo por uma palavra proferida em desprezo a respeito de uma
alma por quem Cristo depôs a vida.
“Por que, quem te diferença? E que tens tu que não tenhas rece-
bido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se o não houveras
recebido?” “Quem és tu que julgas o servo alheio? Para seu próprio
senhor ele está em pé ou cai.”
1 Coríntios 4:7
;
Romanos 14:4
.
“Quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito à Geena de fogo.” No
Velho Testamento a palavra aí traduzida por “tolo” é usada para
designar um apóstata, ou uma pessoa que se entregou à impiedade.
Jesus diz que quem quer que condene seu irmão como apóstata
ou desprezador de Deus, mostra ser ele mesmo digno da mesma
condenação.
O próprio Cristo, quando contendia com Satanás acerca do corpo
de Moisés, “não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele”.
Judas 9
. Houvesse Ele feito isso, e ter-Se-ia colocado no terreno de
Satanás; pois a acusação é a arma do maligno. Ele é chamado na
Escritura “o acusador de nossos irmãos”.
Apocalipse 12:10
. Jesus
não empregaria nenhuma das armas de Satanás. Ele o enfrentou com
as palavras: “O Senhor te repreenda.”
Judas 9
.
Seu exemplo nos é dado a nós. Quando somos postos em conflito
com os inimigos de Cristo, nada devemos dizer em um espírito de
represália, ou que tenha sequer a aparência de um juízo de maldição.
Aquele que ocupa o lugar de porta-voz de Deus não deve proferir
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palavras que nem a Majestade do Céu empregaria quando conten-
dendo com Satanás. Devemos deixar com Deus a obra de julgar e
condenar.