Página 54 - O Maior Discurso de Cristo (2008)

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O Maior Discurso de Cristo
“Vai reconciliar-te primeiro com teu irmão.” Mateus 5:24.
O amor de Deus é qualquer coisa mais que simples negação;
é um princípio positivo e ativo, uma fonte viva, manando sempre
para beneficiar os outros. Se o amor de Cristo habita em nós, não
somente não nutriremos nenhum ódio contra nossos semelhantes,
mas buscaremos por todos os modos manifestar-lhes amor.
Jesus disse: “Se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares
de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar
a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois
vem e apresenta a tua oferta.” A oferta sacrifical exprimia fé em
que, mediante Cristo, o ofertante se havia tornado participante da
misericórdia e do amor de Deus. Mas, que uma pessoa exprimisse
fé no amor perdoador de Deus, enquanto, por sua vez, condescendia
com um espírito de desamor, seria simplesmente uma farsa.
Quando uma pessoa que professa servir a Deus ofende ou in-
juria a um irmão, representa mal o caráter de Deus diante daquele
irmão e, a fim de estar em harmonia com Deus, a ofensa deve ser
confessada, ele deve reconhecer que isto é pecado. Talvez nosso
irmão nos tenha feito um maior agravo do que nós a ele, mas isto
não diminui a nossa responsabilidade. Se, ao chegarmos à presença
de Deus, nos lembramos de que outro tem qualquer coisa contra nós,
cumpre-nos deixar a nossa oferta de oração, ou de ações de graças,
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ou a oferta voluntária, e ir ter com o irmão com quem estamos em
desinteligência, confessando em humildade nosso próprio pecado e
pedindo para ser perdoado.
Se, de alguma maneira, prejudicamos ou causamos dano a nosso
irmão, devemos fazer restituição. Se, sem saber, demos a seu respeito
falso testemunho, se lhe desfiguramos as palavras, se, por qualquer
maneira, lhe prejudicamos a influência, devemos ir ter com as pes-
soas com quem conversamos a seu respeito, e retirar todas as nossas
errôneas e ofensivas informações.
Se as dificuldades existentes entre irmãos não fossem expostas a
outros, mas francamente tratadas entre eles mesmos, no espírito do
amor cristão, quanto mal seria evitado! Quantas raízes de amargura
pelas quais muitos são contaminados seriam destruídas, e quão ín-
tima e ternamente poderiam os seguidores de Cristo ser unidos em
Seu amor!