Página 56 - O Maior Discurso de Cristo (2008)

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O Maior Discurso de Cristo
sofrimento inevitável resultante do pecado, mas salvar do próprio
pecado. A alma, corrompida e deformada, tem de ser purificada,
transformada, a fim de poder ser revestida da “graça do Senhor
nosso Deus”, conforme “a imagem de Seu Filho”. “As coisas que
o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do
homem, são as que Deus preparou para os que O amam.”
Salmos
90:17
;
Romanos 8:29
;
1 Coríntios 2:9
. Unicamente a eternidade
pode revelar o glorioso destino a que o homem, restaurado à imagem
de Deus, pode atingir.
Para podermos alcançar esse elevado ideal, o que leva a alma a
tropeçar precisa ser sacrificado. É mediante a vontade que o pecado
retém seu domínio sobre nós. A entrega da vontade é representada
como arrancar o olho ou cortar a mão. Afigura-se-nos muitas vezes
que, sujeitar a vontade a Deus é o mesmo que consentir em atravessar
a vida mutilado ou aleijado. É melhor, porém, diz Cristo, que o eu
seja mutilado, ferido, aleijado, contanto que possais entrar na vida.
Aquilo que considerais um desastre, é a porta para um mais elevado
bem.
Deus é a fonte da vida, e só podemos ter vida ao nos acharmos em
comunhão com Ele. Separados de Deus, a existência nos pertencerá
por um pouco de tempo, mas não possuímos a vida. “A que vive
em deleites, vivendo está morta.”
1 Timóteo 5:6
. Unicamente por
meio da entrega de nossa vontade a Deus, é-Lhe possível comunicar-
nos vida. Só mediante o receber Sua vida pela entrega do próprio
eu é possível, disse Jesus, serem vencidos aqueles pecados ocultos
que mencionei. É possível que os sepulteis em vosso coração, e os
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oculteis dos olhos humanos, mas como subsistireis na presença de
Deus?
Se vos apegais ao eu, recusando entregar a Deus a vossa vontade,
estais preferindo a morte. Para o pecado, seja onde for que ele se
encontre, Deus é um fogo consumidor Se preferis o pecado, e vos
recusais a abandoná-lo, a presença de Deus, que consome o pecado,
tem de consumir-vos.
Exigirá um sacrifício o entregar-se a Deus; é, porém, um sacri-
fício do inferior pelo mais elevado, do terreno pelo espiritual, do
perecível pelo eterno. Não é o desígnio de Deus que nossa vontade
seja destruída; pois é unicamente mediante o exercício da mesma
que nos é possível efetuar aquilo que Ele quer que façamos. Nossa