Página 57 - O Maior Discurso de Cristo (2008)

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A espiritualidade da lei
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vontade deve ser sujeita à Sua a fim de que a tornemos a receber
purificada e refinada, e tão ligada em correspondência com o Divino,
que Ele possa, por nosso intermédio, derramar as torrentes de Seu
amor e poder. Se bem que esta entrega possa parecer amarga e dolo-
rosa ao coração voluntário, extraviado, ela te é, todavia, “muito útil”
“a ti”.
Enquanto não caiu coxo e impotente sobre o peito do anjo do
concerto, não conheceu Jacó a vitória da fé triunfante, recebendo o
título de príncipe de Deus. Foi quando ele “manquejava da sua coxa”
(
Gênesis 32:31
) que os armados bandos de Esaú foram acalmados
diante dele, e o Faraó, orgulhoso herdeiro de uma linhagem real,
abaixou-se para lhe anelar a bênção. Assim o Capitão de nossa
salvação foi aperfeiçoado “pelos sofrimentos” (
Hebreus 2:10, TB
, e
os filhos da fé “da fraqueza tiraram forças”, e “puseram em fugida os
exércitos dos estranhos”.
Hebreus 11:34
. Assim “os coxos roubarão
a presa” (
Isaías 33:23
), e o fraco se tornará “como Davi” e “a casa
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de Davi... como o anjo do Senhor”.
Zacarias 12:8
.
“É lícito ao homem repudiar sua mulher?” Mateus 19:3.
Entre os judeus era permitido ao homem repudiar sua mulher pe-
las mais triviais ofensas, e a mulher se achava então em liberdade de
casar outra vez. Este costume levava a grande infelicidade e pecado.
No Sermão do Monte, Jesus declarou plenamente que não podia
haver dissolução do laço matrimonial, a não ser por infidelidade do
voto conjugal. “Qualquer”, disse Ele, “que repudiar sua mulher, a
não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e
qualquer que casar com a repudiada comete adultério.”
Quando, posteriormente, os fariseus O interrogaram acerca da
legalidade do divórcio, Jesus apontou a Seus ouvintes a antiga insti-
tuição do matrimônio, segundo foi ordenada na criação. “Moisés”,
disse Ele, “por causa da dureza dos vossos corações vos permitiu
repudiar vossas mulheres; mas no princípio não foi assim.”
Mateus
19:8
. Ele lhes chamou a atenção para os abençoados dias do Éden,
quando Deus declarou tudo “muito bom”. Então tiveram origem o
matrimônio e o sábado, instituições gêmeas para a glória de Deus no
benefício da humanidade. Então, ao unir o Criador as mãos do santo
par em matrimônio, dizendo: Um homem “deixará o seu pai e a sua