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O Maior Discurso de Cristo
mãe, e apegar-se-á a sua mulher, e serão ambos uma carne” (
Gênesis
2:24
), enunciou a lei do matrimônio para todos os filhos de Adão,
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até ao fim do tempo. Aquilo que o próprio Pai Eterno declarou bom,
era a lei da mais elevada bênção e desenvolvimento para o homem.
Como todas as outras boas dádivas de Deus concedidas para a
conservação da humanidade, o casamento foi pervertido pelo pecado;
mas é o desígnio do evangelho restituir-lhe a pureza e a beleza.
Tanto no Velho como no Novo Testamentos, a relação matrimonial
é empregada para representar a terna e sagrada união existente entre
Cristo e Seu povo, os remidos a quem Ele comprou a preço do
Calvário. “Não temas”, diz Ele; “porque o teu Criador é o teu marido;
o Senhor dos Exércitos é o Seu nome; e o Santo de Israel é o teu
Redentor.” “Convertei-vos, ó filhos rebeldes, diz o Senhor; porque
Eu vos desposarei.”
Isaías 54:4, 5
;
Jeremias 3:14
. No Cântico dos
Cânticos ouvimos a voz da esposa, dizendo: “O meu Amado é meu,
e eu sou dEle.” E Aquele que é para ela “o primeiro entre dez mil”,
fala a Sua escolhida: “Tu és toda formosa, amada Minha, e em ti não
há mancha.”
Cantares 2:16
;
5:10
;
4:7
.
Posteriormente Paulo, o apóstolo, escrevendo aos cristãos efé-
sios, declara que o Senhor constituiu o marido a cabeça da mu-
lher, para ser-lhe protetor, o elo que liga os membros da família, da
mesma maneira que Cristo é a cabeça da igreja, e o Salvador do
corpo místico. Portanto Ele diz: “Assim como a igreja está sujeita
a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus
maridos. Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo
amou a igreja, e a Si mesmo Se entregou por ela, para a santificar,
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purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresen-
tar a Si mesmo igreja gloriosa, sem mácula nem ruga, nem coisa
semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos
amar as suas próprias mulheres.”
Efésios 5:24-28
.
A graça de Cristo, e ela somente, pode tornar essa instituição o
que Deus designou que fosse: um meio para a bênção e erguimento
da humanidade. E assim as famílias da Terra, em sua união, paz e
amor, podem representar a família do Céu.
Hoje, como nos dias de Cristo, a condição da sociedade apresenta
triste comentário do ideal celeste dessa sagrada relação. No entanto,
mesmo para os que depararam com amargura e desengano quando
haviam esperado companheirismo e alegria, o evangelho de Cristo