Página 60 - O Maior Discurso de Cristo (2008)

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O Maior Discurso de Cristo
perante o Sinédrio, não Se recusou a testificar sob juramento. Disse-
Lhe o sumo sacerdote: “Conjuro-Te pelo Deus vivo que nos digas se
Tu és o Cristo, o Filho de Deus.” Jesus respondeu: “Tu o disseste.”
Mateus 26:63, 64
. Houvesse Cristo, no Sermão do Monte condenado
o juramento judicial, em Seu julgamento haveria reprovado o sumo
sacerdote, reforçando assim, para benefício de Seus seguidores, Seus
próprios ensinos.
Muitos, muitos há que não temem enganar seus semelhantes;
mas foi-lhes ensinado, e eles foram impressionados pelo Espírito de
Deus, que é terrível coisa mentir a seu Criador. Quando postos sob
juramento, é-lhes feito sentir que não estão testemunhando apenas
diante dos homens, mas perante Deus; que se derem falso testemu-
nho, é Àquele que lê no coração, e que sabe a exata verdade. O
conhecimento dos terríveis juízos que se têm seguido a esse pecado
tem uma influência refreadora sobre eles.
Mas se existe alguém que possa coerentemente testificar sob ju-
ramento, esse é o cristão. Ele vive constantemente como na presença
de Deus, sabendo que todo pensamento está aberto perante os olhos
dAquele com quem temos de tratar; e, quando lhe é exigido fazer
assim em uma maneira legal, é-lhe lícito apelar para Deus como
testemunha de que o que ele diz é a verdade, e nada senão a verdade.
Jesus estabeleceu então um princípio que tornaria desnecessário
o juramento. Disse que a exata verdade deve ser a lei da linguagem.
“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim, Não, não, porque o que passa
disto é de procedência maligna.”
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Estas palavras condenam todas aquelas frases sem sentido e
palavras expletivas, que beiram a profanidade. Condenam os enga-
nosos cumprimentos, a evasiva da verdade, as frases lisonjeiras, os
exageros, as falsidades no comércio, coisas comuns na sociedade
e no comércio do mundo. Elas ensinam que ninguém que busque
parecer o que não é, ou cujas palavras não exprimam o sentimento
real do coração, pode ser chamado verdadeiro.
Caso fossem ouvidas essas palavras de Cristo, elas impediriam a
enunciação de ruins suspeitas e crítica malévola; pois, comentando
as ações e os motivos de outro, quem pode estar certo de que o
que diz é a justa verdade? Quantas vezes o orgulho, a paixão, o
ressentimento pessoal, dão cores à impressão transmitida! Um olhar,
uma palavra, a própria entonação da voz, podem estar cheios de