A espiritualidade da lei
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mentira. Mesmo os fatos podem ser declarados de modo a dar uma
falsa impressão. E “o que passa” da verdade “é de procedência
maligna”.
Tudo quanto os cristãos fazem deve ser tão transparente como a
luz do Sol. A verdade é de Deus; o engano, em todas as suas múl-
tiplas formas, é de Satanás; e quem quer que, de alguma maneira,
se desvia da reta linha da verdade, está-se entregando ao poder do
maligno. Não é, todavia, coisa leve ou fácil falar a exata verdade; e
quantas vezes opiniões preconcebidas, peculiares disposições men-
tais, imperfeito conhecimento, erros de juízo, impedem uma justa
compreensão das questões com que temos de lidar! Não podemos fa-
lar a verdade, a menos que nossa mente seja continuamente dirigida
por Aquele que é a verdade.
Cristo nos recomenda por intermédio do apóstolo Paulo: “A
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vossa conversa seja sempre com graça.” “Não saia da vossa boca
nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edifi-
cação, para que dê graça aos que a ouvem.”
Colossences 4:6 (TB)
;
Efésios 4:29
. À luz destas passagens, as palavras de Cristo no monte
condenam as galhofas, as futilidades, as conversas impuras. Exigem
que nossas palavras sejam, não somente verdadeiras, mas puras.
Aqueles que têm aprendido de Cristo não terão comunicação
“com as obras infrutuosas das trevas”.
Efésios 5:11
. Na linguagem,
como na vida, serão simples, retos e verdadeiros; pois estão-se pre-
parando para a companhia daqueles santos em cuja boca “não se
achou engano”.
Apocalipse 14:5
.
“Não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te dá na
face direita, volta-lhe também a outra.” Mateus 5:39 (TB).
Surgiam constantemente ocasiões de irritação para os judeus em
razão de seu contato com a soldadesca romana. Destacamentos de
tropas achavam-se estacionados em vários pontos através da Judéia e
da Galiléia, e sua presença lembrava aos judeus a própria degradação
como um povo. Com amargura ouviam eles o alto soar da trombeta, e
viam as tropas formando em torno das bandeiras romanas, curvando-
se em homenagem ante este símbolo de seu poder. Freqüentes eram
os choques entre o povo e os soldados, choques que acendiam o ódio
popular. Muitas vezes, quando algum oficial romano ia, apressado,