Página 454 - Mensagens Escolhidas 2 (2008)

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Mensagens Escolhidas 2
afadigosamente, uma existência infeliz. Oh! quanto não custa aquela
droga tóxica! Se não custa a vida, já custa muito demais. A natureza
foi mutilada em todos os seus esforços. Toda a maquinaria está fora
de ordem, e num futuro período da vida, quando com essas finas
peças que foram danificadas se tiver que contar para desempenharem
um papel mais importante em conjunto com todas as finas peças da
maquinaria da natureza, elas não podem, pronta e vigorosamente,
efetuar seu trabalho, e o organismo todo sente a falta. Esses órgãos,
que deveriam estar em bom estado de saúde, estão debilitados, o san-
gue se torna impuro. A natureza continua lutando, e o paciente sofre
de moléstias várias, até que sobrevém um súbito alquebramento nos
seus esforços, e segue a morte. Maior é o número dos que morrem
pelo uso de drogas, do que o de todos os que morreriam da doença,
caso se tivesse permitido à natureza realizar a sua obra.
Muitíssimas vidas têm sido sacrificadas por ministrarem os mé-
dicos drogas para doenças desconhecidas. Não têm eles verdadeiro
conhecimento da doença exata que aflige o paciente. Mas espera-se
do médico que de imediato saiba o que fazer, e se não age imedia-
tamente, como se compreendesse perfeitamente a doença, é pelos
impacientes amigos e pelo doente considerado incompetente. Assim,
para satisfazer opiniões errôneas do doente e de seus amigos, tem
de ser ministrado o medicamento, fazerem-se testes e experiências,
para curar o paciente, da doença da qual não têm eles real conheci-
mento. A natureza é sobrecarregada com drogas tóxicas que ela não
pode expelir do organismo. Os próprios médicos muitas vezes estão
convencidos de haver usado medicamentos fortes para uma doença
que não existia, e a morte foi a conseqüência.
Os médicos merecem censura, mas não são eles os únicos em
falta. Os próprios doentes, se tivessem paciência, observassem dieta
e suportassem um pouco de sofrimento, dando à natureza tempo
para se refazer, recuperar-se-iam muito mais cedo sem o uso de
qualquer medicamento. A natureza sozinha possui poderes curati-
vos. Os medicamentos não têm poder para curar, mas quase sempre
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estorvam a natureza em seus esforços. Ela, afinal de contas, é que
tem de fazer a obra da restauração. Os doentes têm pressa de sarar, e
os amigos dos doentes ficam impacientes. Querem medicamentos,
e se não sentem no organismo essa poderosa influência que seus
errôneos pontos de vista os levam a pensar que deveriam sentir,