Página 461 - Mensagens Escolhidas 2 (2008)

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Capítulo 4
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pode ser necessário; mas muitas vezes se dá o caso de causar essa
prática mais dano do que benefício ao doente. Tem sido costume
excluir o ar do quarto do doente. A atmosfera desses quartos, para
dizer pouco, fica muito viciada, o que muito agrava o estado do
doente. Além disso, haver uma ou duas pessoas vigiando, para usar
o pouco ar necessário que encontre entrada ao quarto pelas frestas
das portas e janelas, significa privá-lo dessa vitalidade, deixando-o
mais debilitado do que se tivesse sido deixado só. O mal não termina
aqui. Mesmo um só vigia causa algum movimento, o que perturba o
doente. Havendo dois a vigiar, muitas vezes conversam juntos, às
vezes em voz alta, mas mais freqüentemente em tom de cochicho, o
que é muito mais incômodo e excitante aos nervos do doente do que
falar alto.
Muitas noites sofridas e insones são suportadas pelos doentes
por causa de vigilantes. Se fossem deixados a sós, sem a luz acesa,
sabendo que todos repousavam, poderiam muito melhor dispor-se a
dormir, e de manhã despertariam refrigerados. Cada respiração de
ar vital no quarto do doente é de sumo valor, embora muitos doentes
ignorem este fato. Sentem-se muito deprimidos, e não sabem de que
se trata. Uma lufada de ar puro através de seu quarto teria sobre eles
um efeito feliz e revigorador.
Se, porém, temem o ar, e se excluem desta bênção, o pouco que
é permitido alcançá-los não deve ser consumido por vigilantes, ou
pela luz de lampião. Os serventes dos doentes devem, se possível,
deixá-los em calma e repouso através da noite, enquanto ocupam
um aposento contíguo.
Todo ruído e agitação desnecessários devem ser evitados no
quarto do doente, e a casa toda deve ser conservada o mais quieta
possível. Ignorância, esquecimento e descuido têm causado a morte
de muitos que poderiam ter vivido, se tivessem recebido cuidado
adequado, de serventes judiciosos e atentos. As portas devem ser
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abertas e fechadas com grande cuidado, e os serventes devem ter
domínio próprio, e ser calmos, serenos.
Deve o quarto do doente, se possível, ter circulação de ar, dia
e noite. A corrente não deve incidir diretamente sobre o doente.
Enquanto há febre alta, pouco perigo existe de apanhar um resfriado.
Mas torna-se necessário o cuidado especial quando sobrevém a crise,
e a febre cede. Então pode ser necessária a vigilância constante, para