Página 381 - Patriarcas e Profetas (2007)

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A rocha ferida
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não era contra eles mas contra Deus. Foi por olharem a si mesmos,
por apelarem para sua própria simpatia, que inconscientemente caí-
ram em pecado, e deixaram de pôr perante o povo o seu grande
delito para com Deus.
Amargo e profundamente humilhante foi o juízo imediatamente
pronunciado. “Porquanto não Me crestes a Mim, para Me santificar
diante dos filhos de Israel, por isso não metereis esta congregação
na terra que lhes tenho dado.” Juntamente com o rebelde Israel
deviam morrer antes de atravessarem o Jordão. Se Moisés e Arão
houvessem estado a acalentar uma elevada opinião de si mesmos, ou
condescender com um espírito apaixonado, em face da advertência e
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reprovação divina, sua culpa teria sido muito maior. Mas não se lhes
atribuía pecado voluntário nem premeditado; haviam sido vencidos
por uma tentação súbita, e sua contrição foi imediata e provinha do
coração. O Senhor aceitou seu arrependimento, embora não pudesse
remover a punição, por causa do mal que seu pecado poderia fazer
entre o povo.
Moisés não ocultou a sua sentença, mas contou ao povo que, visto
ter deixado de conferir glória a Deus, não os poderia guiar à Terra
Prometida. Mandou-os notar o severo castigo com que fora atingido,
e então considerarem como Deus devia olhar as suas murmurações,
acusando um simples homem dos juízos que pelos seus pecados
haviam trazido sobre si. Contara-lhes como rogara a Deus uma
revogação da sentença, e isto fora negado. “O Senhor indignou-Se
muito contra mim por causa de vós”, disse ele; “e não me ouviu”.
Deuteronômio 3:26
.
Em toda ocasião de dificuldade ou provação, os israelitas es-
tavam prontos para acusarem a Moisés de os ter tirado do Egito,
como se Deus não tivesse atuação alguma nesta questão. Por todas
as suas jornadas, quando se queixavam das dificuldades do cami-
nho, e murmuravam contra seus chefes, Moisés lhes dizia: “Vossas
murmurações são contra Deus. Não fui eu que operei o vosso li-
vramento, mas sim Deus.” Mas suas precipitadas palavras diante da
rocha: “
Tiraremos
água”, eram uma admissão virtual daquilo de que
eles os acusavam, e os confirmavam assim em sua incredulidade,
justificando-lhes as murmurações. O Senhor queria remover-lhes
para sempre do espírito esta impressão, vedando a Moisés de entrar
na Terra Prometida. Ali estava a prova definitiva de que seu líder não