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Patriarcas e Profetas
lado dos sacrifícios, enquanto Balaão se retirou para encontrar-se
com Deus. Foi outra vez confiada ao profeta uma mensagem divina,
que ele foi impotente para alterar ou reter.
Quando ele apareceu à multidão ansiosa e expectante, foi-lhe
feita a pergunta: “Que coisa falou o Senhor?” A resposta, como
antes, lançou o terror no coração do rei e dos príncipes:
“Deus não é homem, para que minta;
Nem filho do homem, para que Se arrependa.
Porventura diria Ele, e não o faria?
Ou falaria, e não o confirmaria?
Eis que recebi mandado de abençoar;
pois Ele tem abençoado, e eu não o posso revogar.
Não viu iniqüidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó;
o Senhor seu Deus é com ele, e nele, e entre eles se ouve o
alarido dum rei”.
Números 23:19-21.
Aterrado com tais revelações, Balaão exclamou: “Pois contra
Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel.” O
grande mágico tinha experimentado o seu poder de encantamen-
tos, de acordo com o desejo dos moabitas; mas, com relação a esta
mesma ocasião, dir-se-ia de Israel: “Que coisa Deus tem obrado!”
Enquanto estavam sob a proteção divina, nenhum povo ou nação, em-
bora auxiliado por todo o poder de Satanás, seria capaz de prevalecer
contra eles. O mundo todo se maravilharia ante a obra admirável de
Deus em prol de Seu povo — de que um homem decidido a seguir
uma conduta pecaminosa fosse de tal maneira dirigido pelo poder
divino, que proferisse em vez de imprecações as mais ricas e precio-
sas promessas, na expressão da poesia sublime e exaltada. E o favor
de Deus, manifesto a Israel nesta ocasião, deveria ser uma segurança
de Seu cuidado protetor aos Seus filhos obedientes e fiéis, em todos
os tempos. Quando Satanás inspirasse homens maus a caluniar, a