488
Patriarcas e Profetas
sétimo ano, o ano da remissão; e que o teu olho seja maligno para
com teu irmão pobre, e não lhe dês nada; e que ele clame contra
ti ao Senhor, e que haja em ti pecado.” “Nunca cessará o pobre do
meio da terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua
mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na
tua terra”, “livremente emprestarás o que lhe falta, quanto baste para
a sua necessidade”.
Deuteronômio 15:7-9, 11, 8
.
Ninguém devia temer que sua liberalidade o levasse à necessi-
dade. Da obediência aos mandamentos de Deus resultaria certamente
prosperidade. “Emprestarás a muitas nações”, disse Ele; “mas não
tomarás empréstimos; e dominarás sobre muitas nações, mas elas
não dominarão sobre ti”.
Deuteronômio 15:6
.
Depois de “sete semanas de anos”, “sete vezes sete anos”, vinha
o grande ano da remissão — o jubileu. “Então [...] fareis passar
a trombeta do jubileu [...] por toda a vossa terra. E santificareis o
ano qüinquagésimo, e apregoareis a liberdade na terra a todos os
seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua
possessão, e tornareis, cada um à sua família”.
Levítico 25:9, 10
.
“No mês sétimo, aos dez do mês, [...] no dia da expiação”, soava
a trombeta do jubileu. Por toda a terra, onde quer que morasse o povo
judeu, ouvia-se o som, convidando a todos os filhos de Jacó a darem
as boas-vindas ao ano da remissão. No grande dia da expiação,
oferecia-se reparação pelos pecados de Israel, e com verdadeira
alegria o povo recebia o jubileu.
Como no ano sabático, não se devia semear nem colher, e tudo
que a terra produzisse devia ser considerado como propriedade lícita
dos pobres. Certas classes de escravos hebreus — todos os que não
recebiam liberdade no ano sabático — ficavam agora livres. Mas
[392]
aquilo que especialmente distinguia o ano do jubileu era a reversão
de toda a propriedade territorial à família do possuidor original. Por
determinação especial de Deus, a terra fora dividida por sorte. Depois
que a divisão fora feita, ninguém tinha a liberdade de negociar sua
terra. Tampouco devia vendê-la, a menos que a pobreza o compelisse
a tal; e, então, quando quer que ele ou qualquer de seus parentes
desejasse resgatá-la, o comprador não devia recusar-se a vendê-la;
e, não sendo remida, reverteria ao seu primeiro possuidor ou seus
herdeiros, no ano do jubileu.