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Patriarcas e Profetas
sos e brilhantes. Estes muitas vezes são orgulhosos e confiantes em
sua própria competência. Acham-se capazes de agir sem o conselho
de Deus.
O simples ato de fazer soar a trombeta, pelo exército de Josué, à
roda de Jericó, bem como pelo pequeno grupo de Gideão, em redor
das hostes de Midiã, foi eficaz pelo poder de Deus para transtornar
a força de seus inimigos. O plano mais completo que tenham os
homens imaginado, independente do poder e sabedoria de Deus,
mostrar-se-á um fracasso, ao passo que os métodos menos promis-
sores terão êxito se forem divinamente indicados, e executados com
humildade e fé. A confiança em Deus e a obediência à Sua vontade
são tão necessárias ao cristão na luta espiritual como a Gideão e a
Josué nos seus combates com os cananeus. Pelas repetidas manifes-
tações de Seu poder em prol de Israel, queria Deus levá-los a ter fé
nEle — a fim de buscarem Seu auxílio, com toda a confiança, em
todas as emergências. Ele está precisamente tão disposto a agir pelos
esforços de Seu povo, hoje, e realizar grandes coisas por meio de fra-
cos agentes. O Céu todo aguarda o nosso pedido de Sua sabedoria e
força. Deus é “poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente
além daquilo que pedimos ou pensamos”.
Efésios 3:20
.
Gideão voltou da perseguição aos inimigos da nação para en-
contrar censura e acusação por parte de seus próprios compatriotas.
Quando ao seu chamado os homens de Israel foram arregimentados
contra os midianitas, a tribo de Efraim ficara atrás. Consideravam
aquele esforço como uma ação perigosa; e, como Gideão não lhes
fizesse uma convocação especial, aproveitaram-se desta desculpa
para não se unirem a seus irmãos. Mas, quando a notícia da vitória
de Israel chegou a eles, os efraimitas ficaram com ciúmes, porque
não haviam participado da mesma. Depois da derrota dos midianitas,
os homens de Efraim haviam por determinação de Gideão se apode-
rado dos vaus do Jordão, impedindo assim a escapada dos fugitivos.
Por este meio grande número de inimigos foram mortos, entre os
quais estavam dois príncipes, Orebe e Zeebe. Assim, os homens de
Efraim acompanharam o combate e auxiliaram na completa vitória.
Não obstante, ficaram com inveja e irados, como se Gideão fora
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levado pela sua própria vontade e juízo. Não discerniram a mão de
Deus na vitória de Israel, não apreciaram Seu poder e misericórdia