Página 547 - Patriarcas e Profetas (2007)

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A Arca tomada pelos Filisteus
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povo de Gate e Asdode haviam feito; porém a obra do destruidor
continuou até que em sua angústia “o clamor da cidade subia até
o Céu”.
1 Samuel 5:10, 12
. Receando conservar por mais tempo a
arca entre as casas dos homens, o povo em seguida colocou-a em
pleno campo. Seguiu-se então uma praga de ratos, que infestou a
terra, destruindo os produtos do solo, tanto nos celeiros como no
campo. Completa destruição, pela doença e pela fome, ameaçava
agora a nação.
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Durante sete meses, a arca permaneceu na Filístia, e durante este
tempo os israelitas não fizeram esforços para a recuperarem. Mas es-
tavam agora os filisteus tão ansiosos para se livrarem de sua presença
como haviam estado para a obterem. Em vez de ser uma fonte de
força para eles, foi um grande peso e grave maldição. Contudo não
sabiam o que fazer; pois aonde quer que ela ia, seguiam-se os juízos
de Deus. O povo chamou os príncipes da nação, juntamente com os
sacerdotes e adivinhos, e ansiosamente indagou: “Que faremos nós
da arca do Senhor? Fazei-nos saber como a tornaremos a enviar ao
seu lugar.” Foram aconselhados a devolvê-la com uma valiosa oferta
para expiação da culpa. “Então”, disseram os sacerdotes, “sereis
curados, e se vos fará saber porque a Sua mão se não tira de vós.”
Para desviar ou remover uma praga, era antigamente costume
entre os gentios fazer-se uma imagem de ouro, prata, ou outro mate-
rial, daquilo que causava destruição, ou do objeto ou parte do corpo
especialmente atacada. Isso era colocado sobre alguma coluna, ou
em algum ponto bem visível, e supunha-se ser uma proteção eficaz
contra os males assim representados. Costume semelhante ainda
existe entre alguns povos gentílicos. Quando uma pessoa que sofre
de alguma doença vai ao templo de seu ídolo em busca de cura, leva
consigo uma figura da parte atacada, que apresenta como uma oferta
ao seu deus.
Foi de acordo com esta superstição dominante, que os principais
dos filisteus recomendaram ao povo fazer representações das pragas
pelas quais tinham sido afligidos: “cinco hemorróidas de ouro e
cinco ratos de ouro”, “segundo o número dos príncipes dos filisteus”;
“porquanto”, disseram eles, “a praga é uma mesma sobre todos vós
e sobre todos os vossos príncipes”.
1 Samuel 6:2-4
.
Aqueles magos reconheciam que um poder misterioso acompa-
nhava a arca, poder este que eles não tinham sabedoria para enfrentar.