Página 77 - Patriarcas e Profetas (2007)

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O dilúvio
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apego interrompido pela colisão com as rochas e árvores. A pesada
arca estremecia em cada fibra, ao ser batida pelos ventos impetuosos,
e arremessada de uma vaga para outra. Os gritos dos animais, dentro,
exprimiam o seu medo e dor. Mas, por entre os elementos em luta,
continuou a flutuar com segurança. Anjos “magníficos em poder”
foram comissionados para a guardar.
Os animais, expostos à tempestade, lançavam-se sobre o homem,
como que a esperar dele auxílio. Alguns dentre o povo amarraram
seus filhos e a si mesmos em cima de animais poderosos, sabendo
que estes tinham grande apego à vida, e subiriam aos pontos mais
altos para escaparem das águas que se elevavam. Alguns ataram-se
a árvores altas, no cimo das colinas ou montanhas; mas as árvores
foram desarraigadas, e com seu fardo de seres vivos arrojadas às
vagas fervilhantes. Um lugar após outro que prometia segurança foi
abandonado. Levantando-se as águas cada vez mais, o povo fugiu em
busca de refúgio às mais altas montanhas. Freqüentemente homens
e animais lutavam entre si, por um lugar, até que uns e outros eram
varridos.
Dos mais altos montes olhavam os homens ao longe sobre um
oceano sem praias. As solenes advertências do servo de Deus não
mais pareciam assunto para o ridículo e escárnio. Quanto anela-
vam aqueles pecadores condenados as oportunidades que haviam
desdenhado! Quanto pleitearam eles uma hora de graça, mais um
privilégio de misericórdia, um apelo dos lábios de Noé! Mas a doce
voz de misericórdia, não mais seria ouvida por eles. O amor, não
menos que a justiça, exigia que os juízos de Deus pusessem um
paradeiro ao pecado. As águas vingadoras varreram o último retiro,
e os desprezadores de Deus pereceram nas negras profundidades.
“Pela Palavra de Deus [...] pereceu o mundo de então, coberto
com as águas do dilúvio. Mas os céus e a Terra que agora existem,
pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o
fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios”.
2 Pedro
3:5-7
. Está a vir outra tempestade. A Terra de novo será varrida pela
ira desoladora de Deus, e o pecado e os pecadores serão aniquilados.
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Os pecados que atraíram a vingança sobre o mundo antediluvi-
ano, existem hoje. O temor de Deus baniu-se do coração dos homens,
e Sua lei é tratada com indiferença e desprezo. A grande munda-
nidade daquela geração é igualada pela da geração que hoje vive.