O dilúvio
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que a Inspiração nos deu do mundo antediluviano representa mui
verdadeiramente a condição a que rapidamente a sociedade moderna
caminha. Mesmo agora, no século presente, e nos países que pro-
fessam ser cristãos, há crimes cometidos diariamente, tão negros e
terríveis como aqueles pelos quais os pecadores do velho mundo
foram destruídos.
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Antes do dilúvio, Deus enviou Noé para advertir o mundo, a
fim de que o povo pudesse ser levado ao arrependimento, e assim
escapar da destruição ameaçada. Ao aproximar-se o tempo do se-
gundo aparecimento de Cristo, o Senhor envia Seus servos com uma
advertência ao mundo para que este se prepare para aquele grande
acontecimento. Multidões têm estado a viver em transgressão à lei
de Deus, e agora Ele, misericordiosamente, os chama para obede-
cerem aos Seus sagrados preceitos. A todos os que abandonarem
seus pecados pelo arrependimento para com Deus e fé em Cristo,
se oferece o perdão. Muitos, porém, acham que requer um sacri-
fício demasiado grande abandonar o pecado. Porque sua vida não
se harmoniza com os princípios puros do governo moral de Deus,
rejeitam-Lhe as advertências, e negam a autoridade de Sua lei.
Dentre a vasta população da Terra antes do dilúvio, apenas oito
almas creram na Palavra de Deus por intermédio de Noé, e lhe obe-
deceram. Durante cento e vinte anos o pregador da justiça avisou o
mundo da destruição vindoura; mas sua mensagem foi rejeitada e
desprezada. Assim será agora. Antes que o Legislador venha para
punir os desobedientes, os transgressores são avisados para que se
arrependam, e voltem à sua fidelidade; mas, em relação à maioria,
serão em vão estas advertências. Diz o apóstolo Pedro: “Nos últimos
dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concu-
piscências, e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda porque
desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde
o princípio”.
2 Pedro 3:3, 4
. Não ouvimos estas mesmas palavras
repetidas, não simplesmente pelos declaradamente ímpios, mas por
muitos que ocupam o púlpito em nosso país? “Não há motivo para
alarme”, exclamam eles. “Antes que Cristo venha, todo o mundo
se converterá, e a justiça reinará durante mil anos. Paz! paz! todas
as coisas continuam como eram desde o princípio. Que ninguém
se perturbe com a excitante mensagem desses alarmistas.” Mas tal
doutrina do milênio não se harmoniza com os ensinos de Cristo e