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Profetas e Reis
as faces veladas em adoração, enquanto ministravam perante seu
Criador, e se uniam em solene invocação: “Santo, santo, santo é o
Senhor dos Exércitos; toda a Terra está cheia da Sua glória” (
Isaías
6:3
), de maneira que a coluna, o pilar e a porta de cedro pareciam
sacudidos com o som, e a casa se encheu com seu tributo de louvor.
Contemplando Isaías esta revelação da glória e majestade de
seu Senhor, sentiu-se oprimido com o senso da pureza e santidade
de Deus. Quão saliente o contraste entre a incomparável perfeição
de seu Criador, e a conduta pecaminosa dos que, como ele, havia
muito foram contados entre o povo escolhido de Israel e Judá “Ai de
mim”, exclamou, “que vou perecendo porque eu sou um homem de
lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios, e
os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos exércitos”.
Isaías 6:5
. Em
pé, por assim dizer, na plena luz da divina presença do santuário,
ele sentiu que, se deixado a sua própria imperfeição e ineficiência,
seria inteiramente incapaz de executar a missão para a qual havia
sido chamado. Mas um serafim foi enviado para libertá-lo de sua
angústia, e capacitá-lo para a sua grande missão. Uma brasa viva
do altar foi colocada sobre seus lábios com as palavras: “Eis que
isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e purificado
o teu pecado.” Então a voz de Deus se fez ouvir dizendo: “A quem
enviarei, e quem há de ir por nós?” e Isaías respondeu: “Eis-me aqui,
envia-me a mim”.
Isaías 6:7, 8
.
[158]
O celestial visitante ordenou ao expectante mensageiro:
“Vai, e dize a este povo:
Ouvis, de fato, e não entendeis,
e vedes, em verdade,
mas não percebeis.
Engorda o coração deste povo,
e endurece-lhe os ouvidos,
e fecha-lhe os olhos;
Não venha ele a ver com os olhos,
e a ouvir com seus ouvidos,
e a entender com o seu coração,