Página 295 - Profetas e Reis (2007)

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Levados cativos para Babilônia
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te entregarei na mão destes homens que procuram a tua morte”.
Jeremias 38:15, 16
.
Havia ainda oportunidade para que o rei revelasse disposição de
acatar as advertências de Jeová, e assim temperar com misericórdia
os juízos já então caindo sobre a cidade e a nação. “Se voluntari-
amente saíres aos príncipes do rei de Babilônia”, foi a mensagem
dada ao rei, “então viverá a tua alma, e esta cidade não se queimará a
fogo, e viverás tu e a tua casa. Mas se não saíres aos príncipes do rei
de Babilônia, então será entregue esta cidade nas mãos dos caldeus,
e eles a queimarão a fogo, e tu não escaparás das mãos deles.”
“Receio-me dos judeus, que se passaram para os caldeus”, o rei
replicou, “que me entreguem na sua mão, e escarneçam de mim.”
Mas o profeta prometeu: “Não te entregarão.” E acrescentou um
fervoroso apelo: “Ouve, te peço, a voz do Senhor, conforme a qual
eu te falo; e bem te irá, e viverá a tua alma”.
Jeremias 38:17-20
.
Assim até à última hora Deus tornou clara Sua disposição de
mostrar misericórdia aos que escolhessem submeter-se a Seus justos
reclamos. Tivesse o rei escolhido obedecer, a vida do povo teria sido
poupada, e a cidade se salvaria da conflagração; mas ele pensou
que tinha ido demasiado longe para recuar. Teve medo dos judeus,
medo do ridículo, medo por sua vida. Depois de anos de rebelião
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contra Deus, Zedequias considerou ser demasiado humilhante dizer
a seu povo: “Aceito a palavra do Senhor, conforme pronunciada pelo
profeta Jeremias; não ouso aventurar-me à guerra contra o inimigo
em face de todas estas advertências.”
Com lágrimas, Jeremias suplicou a Zedequias para que se sal-
vasse bem como a seu povo. Com angústia de espírito assegurou-lhe
que a menos que ele aceitasse o conselho de Deus, ele não escaparia
com vida, e todas as suas posses cairiam nas mãos dos babilônios.
Mas o rei havia iniciado a marcha no mau caminho, e não conteria
seus passos. Ele decidiu seguir os conselhos dos falsos profetas, e dos
homens a quem na realidade ele desprezava, e que ridicularizavam
sua fraqueza em se render tão prontamente nos desejos deles. Ele
sacrificou sua nobre liberdade varonil e tornou-se um servil escravo
da opinião pública. Sem nenhum propósito predeterminado de fazer
o mal, era não obstante irresoluto em permanecer corajosamente
ao lado do direito. Convicto como estivesse do valor dos conselhos