Página 46 - Profetas e Reis (2007)

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Profetas e Reis
Agradecido, Salomão reconheceu o poder e a amorável bon-
dade dAquele que “mais alto é do que os altos” (
Eclesiastes 5:8
);
em penitência ele começou a retroceder seus passos de onde tinha
caído tanto, para o exaltado plano de pureza e santidade. Ele jamais
poderia esperar escapar dos ruinosos resultados do pecado; jamais
poderia libertar sua mente de toda lembrança da conduta indulgente
para consigo mesmo que havia seguido; mas empenhar-se-ia com
fervor em dissuadir outros de irem atrás dos desvarios. Confessaria
humildemente o erro de seu procedimento, e ergueria a voz em ad-
vertência para que outros não se perdessem irremissivelmente em
virtude das influências para o mal que ele tinha posto em operação.
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O verdadeiro penitente não afasta da lembrança seus pecados
passados. Não se mostra alheio aos erros que praticou, tão logo
haja alcançado paz. Ele pensa nos que foram levados ao mal por
sua conduta, e procura por todas as formas levá-los de volta ao
verdadeiro caminho. Quanto mais clara a luz em que entrou, mais
forte seu desejo de firmar os pés de outros no caminho reto. Ele não
atenua sua perversa conduta, fazendo de seus erros coisa leve, mas
levanta o sinal de perigo, para que outros sejam advertidos.
Salomão reconheceu que “o coração dos filhos dos homens está
cheio de maldade; que há desvarios no seu coração”.
Eclesiastes
9:3
. E em outra oportunidade declarou: “Visto como se não executa
logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos
homens está inteiramente disposto para praticar o mal. Ainda que o
pecador faça mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, eu sei com
certeza que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temerem
diante dEle. Mas ao ímpio não irá bem, e ele não prolongará os seus
dias; será como a sombra, visto que ele não teme diante de Deus”.
Eclesiastes 8:11-13
.
Pelo espírito de inspiração, o rei relatou para as gerações futuras
a história de seus anos de dissipação, com suas lições de advertência.
E assim, embora a semente que semeou fosse colhida por seu povo
em safras de males, não se perdeu inteiramente a obra de sua vida.
Com mansidão e humildade, Salomão em seus últimos anos ensinou
“sabedoria ao povo, [...] e atentou, e esquadrinhou, e compôs muitos
provérbios”. Ele “procurou achar palavras agradáveis; e o escrito é
a retidão, palavras de verdade”. “As palavras dos sábios são como
aguilhões, e como pregos bem fixados pelos mestres das congrega-